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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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No inundo cá fora, Feldman <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>iu <strong>que</strong> teria <strong>que</strong> se<<strong>br</strong> />

contentar com menos <strong>de</strong> 95%, passando a consi<strong>de</strong>rar " honesta"<<strong>br</strong> />

uma empresa <strong>que</strong> efetuasse o pagamento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 90% do<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>vido. Para ele, uma taxa <strong>de</strong> 80 a 90% podia ser rotulada <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

" inconveniente, porém tolerável". No caso <strong>de</strong> uma empresa cujo<<strong>br</strong> />

índice <strong>de</strong> paga-mento ficasse abaixo <strong>de</strong> 80%, o homem das <strong>br</strong>oas<<strong>br</strong> />

recorria a um aviso do seguinte teor:<<strong>br</strong> />

O custo das <strong>br</strong>oas aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

o início do ano. Infelizmente, o número <strong>de</strong> <strong>br</strong>oas consumidas<<strong>br</strong> />

sem se-rem pagas também aumentou. Isso não po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

continuar. Não creio <strong>que</strong> ensinem seus filhos a roubar. Por <strong>que</strong>,<<strong>br</strong> />

então, vocês es-tão roubando?<<strong>br</strong> />

No início, Feldman <strong>de</strong>ixava, juntamente com as <strong>br</strong>oas, uma<<strong>br</strong> />

cesta aberta para a coleta, mas volta e meia o dinheiro sumia.<<strong>br</strong> />

Então ele tentou um copo <strong>de</strong> plástico com uma abertura na tampa,<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong> igualmente revelou-se por <strong>de</strong>mais tentador. No final, a solução<<strong>br</strong> />

foi uma caixinha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira com um pe<strong>que</strong>no rasgo na superfície.<<strong>br</strong> />

A solução funcionou. Todo ano, Feldman <strong>de</strong>ixa cerca <strong>de</strong> sete mil<<strong>br</strong> />

caixinhas, per<strong>de</strong>ndo, em média, apenas uma. Essa é uma estatística<<strong>br</strong> />

curiosa: as mesmas pessoas <strong>que</strong> rotineiramente surrupiam mais <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

10% do preço das <strong>br</strong>oas quase nunca se permitem roubar a caixinha<<strong>br</strong> />

do dinheiro — um tributo à avaliação do matiz social do roubo. Do<<strong>br</strong> />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Feldman, um funcionário <strong>de</strong> uma em-presa <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

consuma uma <strong>br</strong>oa sem pagar por ela está cometendo um crime,<<strong>br</strong> />

mas o funcionário provavelmente não pensa assim. E bem<<strong>br</strong> />

possível <strong>que</strong> essa diferença <strong>de</strong> avaliação tenha menos a ver com a<<strong>br</strong> />

pe<strong>que</strong>na quantia <strong>de</strong> dinheiro envolvida (as <strong>br</strong>oas <strong>de</strong> Feldman<<strong>br</strong> />

custam apenas um dólar, incluindo o cream cheese) do <strong>que</strong> com o<<strong>br</strong> />

contexto do "crime". O mesmo funcionário <strong>que</strong> não paga pela<<strong>br</strong> />

<strong>br</strong>oa po<strong>de</strong> igualmente tomar um bom gole <strong>de</strong> refrigerante<<strong>br</strong> />

enquanto enche seu copo num restaurante self-service, mas é bem<<strong>br</strong> />

pouco provável <strong>que</strong> saia sem pagar a conta.<<strong>br</strong> />

O <strong>que</strong> revelam, então, os dados das <strong>br</strong>oas? Nos últimos anos,<<strong>br</strong> />

surgiram duas tendências dignas <strong>de</strong> nota no índice <strong>de</strong> pagamento

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