freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
corretor: converter a informação em medo. Consi<strong>de</strong>remos a<<strong>br</strong> />
seguinte história, contada por John Donohue, um professor <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
direito <strong>que</strong> lecionava na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Stanford em 2001: "Eu<<strong>br</strong> />
estava comprando uma casa no campus", recorda-se ele, "e o<<strong>br</strong> />
corretor do ven<strong>de</strong>dor não parava <strong>de</strong> insistir em como era bom o<<strong>br</strong> />
negócio <strong>que</strong> eu ia fechar, já <strong>que</strong> o mercado estava prestes a<<strong>br</strong> />
disparar. Nem bem assinei a escritura, ele me perguntou se eu<<strong>br</strong> />
não precisava <strong>de</strong> um corretor para ven<strong>de</strong>r minha antiga casa na<<strong>br</strong> />
cida<strong>de</strong>. Respondi <strong>que</strong> provavelmente iria tentar vendê-la sozinho,<<strong>br</strong> />
ouvindo <strong>de</strong>le: 'John, isso talvez <strong>de</strong>sse certo em circunstâncias<<strong>br</strong> />
normais, mas com a <strong>que</strong>da atual do mercado, você vai realmente<<strong>br</strong> />
precisar <strong>de</strong> um corretor."<<strong>br</strong> />
Em cinco minutos, um mercado ascen<strong>de</strong>nte havia <strong>de</strong>sabado.<<strong>br</strong> />
Essas são as pérolas <strong>que</strong> <strong>br</strong>otam da cabeça <strong>de</strong> um corretor em<<strong>br</strong> />
busca <strong>de</strong> um novo negócio.<<strong>br</strong> />
Consi<strong>de</strong>remos, agora, a história verídica do abuso <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
informações por parte <strong>de</strong> um corretor <strong>de</strong> imóveis. O fato se <strong>de</strong>u<<strong>br</strong> />
com K., gran<strong>de</strong> amigo <strong>de</strong> um dos autores <strong>de</strong>ste livro. K. <strong>que</strong>ria<<strong>br</strong> />
comprar uma casa, anunciada por $469 mil. Estava disposto a<<strong>br</strong> />
fazer uma proposta <strong>de</strong> $450 mil, mas primeiro ligou para a<<strong>br</strong> />
corretora do ven<strong>de</strong>dor, perguntando qual o valor mais baixo <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
ela achava <strong>que</strong> o dono aceitaria. A corretora foi logo reprovando<<strong>br</strong> />
tal conduta: "O senhor <strong>de</strong>via se envergonhar", disse ela. "Esta é<<strong>br</strong> />
uma clara violação da ética da corretagem imobiliária." K. se<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>sculpou, e a conversa foi dirigida para outros assuntos. Dez<<strong>br</strong> />
minutos <strong>de</strong>pois, quando o telefonema já ia chegando ao fim, a<<strong>br</strong> />
corretora disse: "Só mais uma coisa. Meu cliente está disposto a<<strong>br</strong> />
ven<strong>de</strong>r a casa por muito menos do <strong>que</strong> o senhor imagina."<<strong>br</strong> />
Baseando-se nisso, K. ofereceu $425 mil pela casa, em lugar<<strong>br</strong> />
dos $450 mil <strong>que</strong> planejara inicialmente. No final, o ven<strong>de</strong>dor<<strong>br</strong> />
concordou em aceitar 430 mil. Graças à intervenção do seu próprio<<strong>br</strong> />
corretor, o ven<strong>de</strong>dor per<strong>de</strong>u, no mínimo, $20 mil. A corretora, por<<strong>br</strong> />
sua vez, per<strong>de</strong>u apenas $300 – uma quantia pe<strong>que</strong>na a pagar pela<<strong>br</strong> />
certeza <strong>de</strong> conseguir fechar o negócio com rapi<strong>de</strong>z e facilida<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />
embolsando uma comissão líquida <strong>de</strong> $6.450.