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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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causando X e Y. Uma regressão sozinha não vai respon<strong>de</strong>r se neva<<strong>br</strong> />

por estar frio, se está frio por estar nevando ou se os dois fatores<<strong>br</strong> />

aparecem juntos apenas por coincidência.<<strong>br</strong> />

Os dados do es<strong>tudo</strong> mostram, por exemplo, <strong>que</strong> uma criança<<strong>br</strong> />

cuja casa tem muitos livros em geral tira notas mais altas do <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

outra sem livros em casa. Mas as notas altas também estão<<strong>br</strong> />

correlacionadas a muitos outros fatores. Se compararmos apenas<<strong>br</strong> />

crianças com muitos livros e crianças sem livros, a resposta po<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

não ser representativa. Talvez o número <strong>de</strong> livros na casa <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

criança aponte tão-somente para o nível <strong>de</strong> renda <strong>de</strong> seus pais. A<<strong>br</strong> />

comparação <strong>que</strong> realmente se <strong>de</strong>seja fazer é entre duas crianças<<strong>br</strong> />

iguais em <strong>tudo</strong>, exceto numa coisa – no caso, o número <strong>de</strong> livros<<strong>br</strong> />

em casa –, para ver se esse único fator influencia o <strong>de</strong>sempenho<<strong>br</strong> />

escolar.<<strong>br</strong> />

E preciso <strong>que</strong> se diga <strong>que</strong> a análise <strong>de</strong> regressão é menos<<strong>br</strong> />

ciência do <strong>que</strong> arte (nesse sentido, tem muito em comum com a<<strong>br</strong> />

própria função <strong>de</strong> criar filhos). Mas um pesquisador experiente<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> usá-la para verificar quão representativa uma correlação é – e<<strong>br</strong> />

tal-vez até mesmo dizer se tal correlação indica uma relação causal.<<strong>br</strong> />

Assim sendo, o <strong>que</strong> nos diz a análise dos dados do es<strong>tudo</strong> so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

o <strong>de</strong>sempenho escolar? Várias coisas. A primeira diz respeito ao<<strong>br</strong> />

abismo entre as notas dos negros e as dos <strong>br</strong>ancos.<<strong>br</strong> />

Há muito vem sendo observado <strong>que</strong> o <strong>de</strong>sempenho das<<strong>br</strong> />

crianças negras, mesmo antes <strong>de</strong> entrarem na sala <strong>de</strong> aula, fica<<strong>br</strong> />

abaixo do das <strong>br</strong>ancas. Mais <strong>que</strong> isso: as crianças negras não se<<strong>br</strong> />

equiparavam nem quando <strong>de</strong>scontada uma ampla gama <strong>de</strong> variáveis<<strong>br</strong> />

(<strong>de</strong>scontar uma variável significa, basicamente, eliminar sua<<strong>br</strong> />

influência, assim como um golfista utiliza seu handicap em<<strong>br</strong> />

comparação ao <strong>de</strong> outro golfista. No caso <strong>de</strong> um es<strong>tudo</strong> acadêmico<<strong>br</strong> />

como o Es<strong>tudo</strong> Longitudinal da Primeira Infância, um pesquisador<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>scontar qual<strong>que</strong>r número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> um aluno<<strong>br</strong> />

quando comparado com o aluno médio). No entanto, esse novo<<strong>br</strong> />

conjunto <strong>de</strong> dados conta uma outra história. Após <strong>de</strong>scontar<<strong>br</strong> />

apenas um punhado <strong>de</strong> variáveis – incluídos aí o nível <strong>de</strong> renda e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

instrução dos pais e a ida<strong>de</strong> da mãe por ocasião do nascimento do<<strong>br</strong> />

primeiro filho –, o

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