freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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introduziu novas soluções tecnológicas, como o CompStat, um<<strong>br</strong> />
método computadorizado <strong>de</strong> lidar com os focos locais da<<strong>br</strong> />
criminalida<strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />
A idéia nova mais fascinante <strong>que</strong> Bratton pôs em prática<<strong>br</strong> />
<strong>br</strong>otou da teoria da janela <strong>que</strong><strong>br</strong>ada, concebida pelos<<strong>br</strong> />
criminologistas James Q. Wilson e Ge<strong>org</strong>e Kelling. Essa teoria<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>que</strong> pe<strong>que</strong>nos problemas não-solucionados acabam por se<<strong>br</strong> />
tornar problemas gran<strong>de</strong>s, ou seja, se alguém <strong>que</strong><strong>br</strong>a uma janela e vê<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> a mesma não é logo consertada, a mensagem é <strong>que</strong> as <strong>de</strong>mais<<strong>br</strong> />
janelas também po<strong>de</strong>m ser <strong>que</strong><strong>br</strong>adas e <strong>que</strong>m sabe mesmo o prédio<<strong>br</strong> />
todo, incendiado.<<strong>br</strong> />
Com os homicídios crescendo <strong>de</strong>senfreadamente, os tiras <strong>de</strong> Bill<<strong>br</strong> />
Bratton começaram a exercer vigilância so<strong>br</strong>e o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
costumava passarem <strong>br</strong>anco: pular a roleta do metrô, esmolar <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
forma <strong>de</strong>masiadamente agressiva, urinar na ma, lavar os vidros <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />
carro no sinal mediante uma "doação" apropriada do motorista.<<strong>br</strong> />
A maioria dos nova-iorquinos adorou essa repressão por seus<<strong>br</strong> />
próprios méritos, mas um apreço especial foi dirigido à idéia,<<strong>br</strong> />
firmemente pregada por Bratton e por Giuliani, <strong>de</strong> <strong>que</strong> sufocar<<strong>br</strong> />
esses <strong>de</strong>litos menores equivalia a cortar o oxigênio do elemento<<strong>br</strong> />
criminoso. O infrator <strong>que</strong> pula a roleta do metrô hoje po<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />
perfeita-mente, ser o criminoso procurado pelo homicídio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
ontem. O drogado urinando num beco po<strong>de</strong> estar a caminho <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />
assalto.<<strong>br</strong> />
Quando os crimes violentos começaram a diminuir<<strong>br</strong> />
drasticamente, os nova-iorquinos se dispuseram <strong>de</strong> bom grado a<<strong>br</strong> />
tecer loas a seus mentores, o prefeito criado no Brooklyn e seu<<strong>br</strong> />
secretário <strong>de</strong> Segurança com sota<strong>que</strong> bostoniano. Mas os dois<<strong>br</strong> />
homens <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> férrea foram menos competentes no momento<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> partilhar a glória. Logo <strong>de</strong>pois <strong>que</strong> a reviravolta na criminalida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
pôs Bratton — e não Giuliani — na capa da revista Time, Bratton foi<<strong>br</strong> />
pressionado a pedir <strong>de</strong>missão. Ficara no cargo apenas 27 meses.<<strong>br</strong> />
Nova York sem dúvida inovou em matéria <strong>de</strong> estratégias<<strong>br</strong> />
policiais no período da <strong>que</strong>da da criminalida<strong>de</strong> dos anos 90 e<<strong>br</strong> />
vivenciou um <strong>de</strong>clínio no número <strong>de</strong> crimes muito maior do <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
qual<strong>que</strong>r outra cida<strong>de</strong> americana <strong>de</strong> porte. O número <strong>de</strong> homicídios<<strong>br</strong> />
caiu <strong>de</strong> 30,7 para 100 mil habitantes, em 1990, para 8,4 para 100 mil