freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

Nos Estados Unidos acontecem, aproximadamente, um milhão<br />
e meio de abortos anualmente. Para alguém que acredite que um<br />
recém-nascido equivale a 100 fetos, esse milhão e meio de abortos<br />
representaria – dividindo-se 1,5 milhões por 100 – a perda de 15 mil<br />
vidas humanas, o que por acaso é mais ou menos o número de<br />
vítimas anuais de homicídio nos Estados Unidos, e bem mais que o<br />
número de homicídios evitados anualmente graças à legalização do<br />
aborto. Assim, mesmo para quem considera que um feto equivalha<br />
tão-somente a 1/100 de um ser humano, a permuta mais abortos x<br />
menos crimes, sob a ótica de um economista, é altamente ineficaz.<br />
O que o vínculo aborto-criminalidade nos diz é: quando o<br />
governo dá a uma mulher a oportunidade de escolha quanto ao<br />
aborto, ela em geral pondera corretamente se está ou não em<br />
condições de criar bem o bebê. Se conclui que não está, geralmente<br />
opta pelo aborto.<br />
Uma vez, porém, que uma mulher decida que vai ter seu bebê,<br />
uma pergunta premente se impõe: O que se espera dos pais a partir<br />
do nascimento de um filho?