freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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anteriores, algo <strong>que</strong> não é consi<strong>de</strong>rado trapaça, mas <strong>que</strong> <strong>de</strong>certo vai<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong> encontro ao espírito da avaliação. Como todos esses testes<<strong>br</strong> />
consistem em perguntas <strong>de</strong> múltipla escolha, não sendo punidos os<<strong>br</strong> />
"chutes", um professor po<strong>de</strong>ria instruir seus alunos a respon<strong>de</strong>-rem<<strong>br</strong> />
aleatoriamente, marcando os quadradinhos no sentido horário, por<<strong>br</strong> />
exemplo, ou escolhendo uma longa série <strong>de</strong> Bs ou, ainda,<<strong>br</strong> />
alternando Bs e Cs. Sem contar <strong>que</strong> lhe seria até mesmo possível<<strong>br</strong> />
marcar os quadradinhos em <strong>br</strong>anco <strong>de</strong>pois do teste encerrado.<<strong>br</strong> />
No entanto, se um professor realmente quiser trapacear – e<<strong>br</strong> />
fazer a trapaça valer a pena – basta recolher os testes <strong>de</strong> seus alunos<<strong>br</strong> />
e, no espaço <strong>de</strong> mais ou menos uma hora até entregá-los para<<strong>br</strong> />
correção automática, apagar as respostas erradas e substituí-las pelas<<strong>br</strong> />
certas (e você, <strong>que</strong> sempre pensou <strong>que</strong> o lápis n° 2 era para as<<strong>br</strong> />
crianças mudarem suas respostas!). Se esse tipo <strong>de</strong> trapaça<<strong>br</strong> />
efetivamente estiver ocorrendo, como <strong>de</strong>tectá-la?<<strong>br</strong> />
Para pegar um professor, pensar como um <strong>de</strong>les ajuda. Se você<<strong>br</strong> />
estivesse disposto a apagar as respostas erradas <strong>de</strong> seus alunos,<<strong>br</strong> />
substituindo-as pelas certas, não iria <strong>que</strong>rer corrigir erros <strong>de</strong>mais.<<strong>br</strong> />
Isso daria na vista. Provavelmente nem mexeria nos testes todos –<<strong>br</strong> />
outra ban<strong>de</strong>ira. Não haveria mesmo tempo suficiente, já <strong>que</strong> os<<strong>br</strong> />
testes são entregues pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terminados. Assim, sua opção<<strong>br</strong> />
po<strong>de</strong>ria ser selecionar uma fileira <strong>de</strong> oito ou <strong>de</strong>z perguntas<<strong>br</strong> />
consecutivas e preencher corretamente, digamos, a meta<strong>de</strong> ou dois<<strong>br</strong> />
terços dos testes. Seria fácil memorizar um padrão curto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
respostas corretas e muito mais rápido apagar e alterar tal padrão do<<strong>br</strong> />
<strong>que</strong> examinar cada folha <strong>de</strong> prova. Quem sabe até você <strong>de</strong>cidisse<<strong>br</strong> />
focar sua atenção no final, quando as perguntas costumam ser mais<<strong>br</strong> />
difíceis do <strong>que</strong> no início. Assim, as chances seriam maiores <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
substituir respostas erradas por respostas certas.<<strong>br</strong> />
Se a economia é uma ciência preocupada basicamente com<<strong>br</strong> />
incentivos, ela é também – felizmente – uma ciência com<<strong>br</strong> />
ferramentas estatísticas para avaliar como as pessoas reagem a esses<<strong>br</strong> />
incentivos. Bastam apenas alguns dados.<<strong>br</strong> />
Neste caso, o Sistema <strong>de</strong> Ensino Público <strong>de</strong> Chicago<<strong>br</strong> />
colaborou, disponibilizando um banco <strong>de</strong> dados com os testes <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
todos os