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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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seu primeiro livro, A teoria dos sentimentos morais, era a honestida<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

inata do ser humano. "Por mais <strong>que</strong> se consi<strong>de</strong>re egoísta um<<strong>br</strong> />

indivíduo", escreveu ele, "existem evi<strong>de</strong>ntemente alguns princípios<<strong>br</strong> />

em sua natureza, <strong>que</strong> o fazem interessar-se pela sorte dos outros,<<strong>br</strong> />

tomando necessária para ele a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses outros, embora daí<<strong>br</strong> />

não lhe advenha coisa alguma além do prazer <strong>de</strong> testemunhá-la."<<strong>br</strong> />

Feldman gosta <strong>de</strong> contar a seus amigos economistas uma<<strong>br</strong> />

história chamada "O anel <strong>de</strong> Gyges". Ela faz parte <strong>de</strong> A República <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Platão. Um aluno, Glauco, apresentou-a em resposta a uma aula <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Sócrates – <strong>que</strong>, como Adam Smith, argumentava <strong>que</strong> as pessoas em<<strong>br</strong> />

geral são boas mesmo sem correr o risco <strong>de</strong> punição se não o<<strong>br</strong> />

forem. Glauco, à semelhança dos amigos economistas <strong>de</strong> Feldman,<<strong>br</strong> />

discordava <strong>de</strong>ssa visão. O personagem <strong>de</strong> sua história, um pastor<<strong>br</strong> />

chamado Gyges, encontra por acaso uma caverna on<strong>de</strong> jaz um<<strong>br</strong> />

cadáver <strong>que</strong> usava um anel. Quando Gyges enfia o anel no próprio<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>do, <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>e <strong>que</strong> esse o torna invisível. Sem ninguém para<<strong>br</strong> />

monitorar seu comportamento, Gyges passa a praticar más ações –<<strong>br</strong> />

seduz a rainha, mata o rei e assim por diante. A história <strong>de</strong> Glauco<<strong>br</strong> />

levanta uma indagação moral: algum homem seria capaz <strong>de</strong> resistir<<strong>br</strong> />

à tentação do mal se soubesse <strong>que</strong> seus atos não seriam<<strong>br</strong> />

testemunhados? Aparentemente, Glauco achava <strong>que</strong> não, mas Paul<<strong>br</strong> />

Feldman se alinha com Sócrates e com Adam Smith, pois sabe <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

a resposta, ao menos 87% das vezes, é afirmativa.

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