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freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

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empresas <strong>de</strong> fundos mútuos permitiu <strong>que</strong> clientes privilegiados<<strong>br</strong> />

transacionassem a preços privilegiados, e outro grupo foi acusado<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ocultar as taxas <strong>de</strong> administração.<<strong>br</strong> />

Embora bastante diversos, todos esses crimes têm uma<<strong>br</strong> />

característica em comum: foram pecados <strong>de</strong> informação. A maioria<<strong>br</strong> />

envolveu um especialista, ou uma gangue <strong>de</strong>les, para produzir<<strong>br</strong> />

informações falsas ou escon<strong>de</strong>r informações verda<strong>de</strong>iras. Em todos<<strong>br</strong> />

os casos os especialistas buscavam manter a assimetria das<<strong>br</strong> />

informações tão assimétrica quanto possível.<<strong>br</strong> />

Os agentes <strong>de</strong>sses atos, principalmente no domínio das altas<<strong>br</strong> />

finanças, apresentam invariavelmente esta <strong>de</strong>fesa: "Todo mundo faz<<strong>br</strong> />

isso." O <strong>que</strong> em gran<strong>de</strong> parte é verda<strong>de</strong>. Uma característica dos<<strong>br</strong> />

crimes <strong>de</strong> informação é <strong>que</strong> pouquíssimos são <strong>de</strong>tectados. Ao<<strong>br</strong> />

contrário dos crimes <strong>de</strong> rua, eles não <strong>de</strong>ixam atrás <strong>de</strong> si um cadáver<<strong>br</strong> />

ou uma janela <strong>que</strong><strong>br</strong>ada. Ao contrário do ladrão <strong>de</strong> <strong>br</strong>oas — ou<<strong>br</strong> />

seja, a<strong>que</strong>le <strong>que</strong> come uma das <strong>br</strong>oas <strong>de</strong> Paul Feldman sem pagar por<<strong>br</strong> />

ela —, o agente <strong>de</strong> um crime <strong>de</strong> informação não precisa temer<<strong>br</strong> />

alguém como Paul Feldman monitorando cada centavo. Para <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

tais crimes cheguem ao conhecimento público, algo dramático<<strong>br</strong> />

precisa acontecer. Quando isso ocorre, os resultados costumam ser<<strong>br</strong> />

alta-mente reve<strong>lado</strong>res. Os criminosos, afinal, não imaginavam <strong>que</strong><<strong>br</strong> />

seus atos privados fossem se tornar públicos. Consi<strong>de</strong>remos as<<strong>br</strong> />

conversas telefônicas secretamente gravadas dos empregados da<<strong>br</strong> />

Enron, <strong>que</strong> vieram a público <strong>de</strong>pois <strong>que</strong> a empresa implodiu. Em<<strong>br</strong> />

uma <strong>de</strong>ssas conversas, no dia 5 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2000, dois especu<strong>lado</strong>res<<strong>br</strong> />

discutiam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um incêndio silvestre na Califórnia<<strong>br</strong> />

permitir <strong>que</strong> a Enron aumentasse os preços da sua energia elétrica.<<strong>br</strong> />

"A palavra mágica", diz um <strong>de</strong>les, "é Queime, Benzinho, Queime."<<strong>br</strong> />

Alguns meses mais tar<strong>de</strong>, uma dupla <strong>de</strong> funcionários da Enron,<<strong>br</strong> />

Kevin e Bob, discutiram a <strong>de</strong>cisão das autorida<strong>de</strong>s da Califórnia <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

fazer a empresa <strong>de</strong>volver os lucros in<strong>de</strong>vidos:<<strong>br</strong> />

KEVIN: Estão fazendo vocês <strong>de</strong>volverem a porra da grana? A<<strong>br</strong> />

grana <strong>que</strong> vocês roubaram das po<strong>br</strong>es vovozinhas da Califórnia?<<strong>br</strong> />

BOB: É, a vovó Millie, cara.

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