05.03.2014 Views

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> toda a atenção dispensada a empresas<<strong>br</strong> />

fraudulentas como a Enron, os estudiosos conhecem muito pouco<<strong>br</strong> />

as peculiarida<strong>de</strong>s dos crimes do colarinho <strong>br</strong>anco. Por <strong>que</strong> motivo?<<strong>br</strong> />

Os dados não são confiáveis. Um fator-chave <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> crime<<strong>br</strong> />

é <strong>que</strong> tomamos conhecimento apenas do ínfimo número <strong>de</strong> casos<<strong>br</strong> />

em <strong>que</strong> as pessoas foram flagradas trapaceando. A maioria dos<<strong>br</strong> />

estelionatários leva uma vida discreta e teoricamente feliz;<<strong>br</strong> />

raramente os funcionários <strong>que</strong> roubam suas empresas são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scobertos.<<strong>br</strong> />

Em compensação, esse não é o caso quando se trata do crime<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> rua. Roubos, assaltos e homicídios são investigados, pegue-se<<strong>br</strong> />

ou não o criminoso. Um crime <strong>de</strong> rua tem uma vítima e essa dá<<strong>br</strong> />

<strong>que</strong>ixa do mesmo à polícia, gerando a produção <strong>de</strong> dados <strong>que</strong>, por<<strong>br</strong> />

sua vez, dão ensejo a milhares <strong>de</strong> trabalhos acadêmicos assinados<<strong>br</strong> />

por criminologistas, sociólogos e economistas. Mas os crimes do<<strong>br</strong> />

colarinho <strong>br</strong>anco não apresentam vítimas óbvias. De <strong>que</strong>m,<<strong>br</strong> />

exatamente, os maiorais da Enron roubaram? E como mensurar<<strong>br</strong> />

algo quando não se sabe com <strong>que</strong>m aconteceu o fato, sua<<strong>br</strong> />

freqüência e dimensão?<<strong>br</strong> />

O negócio das <strong>br</strong>oas <strong>de</strong> Paul Feldman era diferente. Havia<<strong>br</strong> />

uma vítima: Paul Feldman.<<strong>br</strong> />

Quando a<strong>br</strong>iu seu negócio, Feldman calculou um retorno <strong>de</strong> 95%,<<strong>br</strong> />

baseando-se na experiência <strong>que</strong> tivera no próprio escritório.<<strong>br</strong> />

Porém, assim como os crimes costumam ser raros numa área<<strong>br</strong> />

muito policiada, o percentual <strong>de</strong> 95% era artificialmente alto: a<<strong>br</strong> />

presença <strong>de</strong> Feldman inibira o roubo. Além disso, os consumidores<<strong>br</strong> />

das <strong>br</strong>oas conheciam o fornecedor e tinham uma relação<<strong>br</strong> />

(supostamente boa) com ele. Boa parte das pesquisas <strong>de</strong> cunho<<strong>br</strong> />

psicológico e econômico revelou <strong>que</strong> as pessoas se dispõem a pagar<<strong>br</strong> />

preços diferentes pela mesma coisa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> <strong>que</strong>m a fornece.<<strong>br</strong> />

O economista Richard Thaler, em seu es<strong>tudo</strong> "Cerveja na Praia",<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 1985, <strong>de</strong>monstrou <strong>que</strong> um banhista se<strong>de</strong>nto pagaria $2,65 por<<strong>br</strong> />

uma cerveja no bar do hotel da beira da praia, mas apenas $1,50<<strong>br</strong> />

pela mesma cerveja num botequim "pé-sujo " .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!