freakonomics - o lado oculto e inesperado de tudo que ... - Ipcp.org.br
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arquiteto contratar os serviços <strong>de</strong> uma prostituta do <strong>que</strong> vice-versa.<<strong>br</strong> />
Nas profissões glamourosas — cinema, esportes, música, moda —<<strong>br</strong> />
está presente uma dinâmica diferente. Mesmo nas indústrias <strong>que</strong><<strong>br</strong> />
ficam em 2° lugar no <strong>que</strong>sito glamour, como editoras, agências <strong>de</strong><<strong>br</strong> />
publicida<strong>de</strong> e a mídia em geral, multidões <strong>de</strong> jovens <strong>br</strong>ilhantes<<strong>br</strong> />
disputam empregos insignificantes <strong>que</strong> pagam mal e exigem<<strong>br</strong> />
<strong>de</strong>dicação irrestrita. Um editor-assistente ganhando $22 mil numa<<strong>br</strong> />
editora em Manhattan, um zagueiro <strong>de</strong> time escolar sem salário, e<<strong>br</strong> />
um traficante <strong>de</strong> crack adolescente recebendo $3,30 por hora estão<<strong>br</strong> />
no mesmo jogo, um jogo <strong>que</strong> mais se assemelha a um torneio.<<strong>br</strong> />
As regras <strong>de</strong> um torneio são diretas. E preciso começar <strong>de</strong> baixo<<strong>br</strong> />
para ter chance <strong>de</strong> chegar ao topo. (Assim como uma estrela da liga<<strong>br</strong> />
principal provavelmente jogou na segunda divisão e um Gran<strong>de</strong><<strong>br</strong> />
Dragão da Ku Klux Klan começou como insignificante ar<strong>que</strong>iro,<<strong>br</strong> />
um típico barão da droga <strong>de</strong>buta na profissão ven<strong>de</strong>ndo drogas numa<<strong>br</strong> />
esquina.) E preciso estar disposto a trabalhar duro e em longas<<strong>br</strong> />
jornadas em troca <strong>de</strong> salários inferiores à média. Para avançar no<<strong>br</strong> />
torneio, é indispensável <strong>de</strong>monstrar não apenas <strong>que</strong> se está acima da<<strong>br</strong> />
média, mas <strong>que</strong> se é espetacular (a maneira <strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacar, é claro,<<strong>br</strong> />
difere <strong>de</strong> profissão para profissão; enquanto J.T. certamente<<strong>br</strong> />
monitorava o volume <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> seus soldados, era a força da<<strong>br</strong> />
personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes <strong>que</strong> fazia a diferença — mais do <strong>que</strong> faria, por<<strong>br</strong> />
exemplo, para um astro do futebol). Finalmente, quando se chega à<<strong>br</strong> />
triste conclusão <strong>de</strong> <strong>que</strong> jamais se chegará ao topo, abandona-se o<<strong>br</strong> />
torneio (alguns insistem mais do <strong>que</strong> outros — basta ver os "atores"<<strong>br</strong> />
grisalhos servindo mesas em Nova York — mas, em geral, a<<strong>br</strong> />
mensagem é entendida logo).<<strong>br</strong> />
A maioria dos soldados <strong>de</strong> J.T. não mostrava disposição para<<strong>br</strong> />
continuar sendo soldado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir <strong>que</strong> não estava<<strong>br</strong> />
progredindo. Principalmente quando começaram os tiroteios. Após<<strong>br</strong> />
vários anos relativamente tranqüilos, a gangue <strong>de</strong> J.T. se envolveu<<strong>br</strong> />
numa guerra territorial com uma quadrilha vizinha. Os tiroteios se<<strong>br</strong> />
tomaram um acontecimento diário. Para um soldado — o<<strong>br</strong> />
representante da gangue na rua — tal situação era particularmente