PERTENÃAS FECHADAS EM ESPAÃOS ABERTOS - Acidi
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PERTENÇAS <strong>FECHADAS</strong> <strong>EM</strong> ESPAÇOS <strong>ABERTOS</strong> – Estratégias de (re)Construção Identitária de Mulheres Muçulmanas em Portugal<br />
de 70, a pedido do segundo cônjuge, de origem portuguesa, que cumpria<br />
o serviço militar na Guiné-Bissau:<br />
“Eu vim grávida para aqui. Ele ficou lá na tropa e eu vim ter com a<br />
minha sogra, vim cá ter o bebé. (…) Eu entrei em Portugal em 68,<br />
não havia negro nenhum. Às vezes criança chorava quando via a<br />
minha cor, eu já vi criança chorar e perguntar à mãe. Estou aqui<br />
há 35 anos, fui das primeiras a chegar aqui. Naquela altura havia<br />
um negro aqui e havia um em Sintra, não havia mais negro<br />
nenhum”. (Musuba, 69 anos, origem guineense, em Portugal<br />
desde 1968)<br />
Leila e Raja, duas entrevistadas de origem indiana que migraram em<br />
idade adulta (exceptuando, portanto, Samirah e Ayra, as duas mulheres<br />
que, apesar de se inserirem na categoria etária das mulheres mais velhas<br />
e apresentarem uma estrutura familiar que envolve filhos jovens e<br />
adolescentes, chegaram ainda novas com a família de origem), vieram<br />
acompanhadas pelo marido, filhos e outros familiares, referindo ter sido<br />
uma decisão tomada em conjunto pela família.<br />
Maria Abranches<br />
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