PERTENÃAS FECHADAS EM ESPAÃOS ABERTOS - Acidi
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PERTENÇAS <strong>FECHADAS</strong> <strong>EM</strong> ESPAÇOS <strong>ABERTOS</strong> – Estratégias de (re)Construção Identitária de Mulheres Muçulmanas em Portugal<br />
(continuação)<br />
Origem Guineense<br />
Entrevistadas<br />
Escolaridade<br />
no país<br />
de origem<br />
Grau de<br />
escolaridade<br />
atingido<br />
Maimuna Não estudou Nenhum<br />
Nafanta<br />
Não estudou<br />
Frequenta<br />
actualmente<br />
a 2. a classe<br />
em Portugal<br />
Actividade exercida<br />
no país de origem<br />
Não trabalhava fora<br />
de casa)<br />
Proprietária de estabelecimentos<br />
comerciais<br />
(roupa e produtos alimentares)<br />
Naniampe Não estudou Nenhum Vendedora de peixe<br />
Fulé 6.º ano 6.º ano Cabeleireira<br />
Kulumba 7.º ano 7.º ano<br />
Mariatu<br />
Não estudou<br />
7.º ano (em<br />
Portugal)<br />
Musuba Não estudou Nenhum<br />
Actividade exercida<br />
actualmente<br />
em Portugal<br />
Vendedora ambulante<br />
no Rossio e na Mesquita<br />
Central de Lisboa<br />
Empregada de limpeza<br />
Empregada de limpeza.<br />
Vendedora ambulante<br />
no Rossio e<br />
na Mesquita Central<br />
de Lisboa<br />
Vendedora ambulante<br />
no Rossio, na Mesquita<br />
Central de Lisboa<br />
e na Damaia<br />
Animadora agrícola<br />
(sensibilização para a<br />
À procura de trabalho<br />
área de agrosilvopastoria)<br />
Não trabalhava fora<br />
de casa)<br />
Ajudava a mãe nos<br />
trabalhos agrícolas<br />
Proprietária de duas<br />
lojas de produtos africanos.<br />
Vendedora ambulante<br />
na feira do relógio<br />
e na Mesquita<br />
Central de Lisboa<br />
Faz gelados em casa,<br />
que vende a crianças<br />
do bairro<br />
Entre as guineenses, por sua vez, foram encontradas situações em que o<br />
desejo de estudar se concretiza com a migração, no país de destino:<br />
“Eu lá nunca estudei, o meu irmão não deixava. Só cá é que eu<br />
depois fui à escola. Na altura, ficava sempre em casa… cozinhar,<br />
limpar, lavar roupa, passar… era só. Mas eu tinha comprado um<br />
livro de abecedário que pedia sempre aos rapazes lá em casa para<br />
ensinarem. Assim aprender as letras, números… Eu tinha vontade<br />
de estudar, na altura, mas como ele não deixou, não fui à escola”.<br />
(Mariatu, 44 anos, origem guineense, em Portugal desde 1977)<br />
Maria Abranches<br />
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