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O Homem de Areia - Lars Kepler

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olhei para trás, só continuei correndo, atravessei um campo e entrei num<br />

arvoredo e, <strong>de</strong> repente, não consegui andar mais. Um galho quebrado tinha se<br />

enfiado na minha coxa. Fiquei completamente preso, não conseguia me<br />

mexer. O sangue pingava na neve, e doía muito. Tentei me soltar, mas estava<br />

preso… Pensei que talvez conseguisse quebrar o galho, mas estava fraco<br />

<strong>de</strong>mais, não dava. Então fiquei ali. Tinha certeza <strong>de</strong> que conseguia ouvir o<br />

<strong>Homem</strong> <strong>de</strong> <strong>Areia</strong> estalando os <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> porcelana. Quando virei para olhar<br />

para trás, escorreguei e o galho saiu. Não sei se <strong>de</strong>smaiei… <strong>de</strong>pois disso eu<br />

fiquei muito mais lento, mas consegui me levantar e subi uma encosta. Eu<br />

estava tropeçando e pensava que não conseguiria mais. Aí estava rastejando,<br />

e vi que estava num trilho <strong>de</strong> trem. Não faço i<strong>de</strong>ia do quanto caminhei. Eu<br />

estava congelando, mas continuei em frente. Às vezes, via casas ao longe,<br />

mas estava tão exausto que continuei nos trilhos. Nevava cada vez mais forte,<br />

mas era como se estivesse andando em transe; parar nunca passou pela minha<br />

cabeça, só queria fugir.

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