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O Homem de Areia - Lars Kepler

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Saga sai correndo da sala com uma terrível sensação <strong>de</strong> vazio.<br />

— Por favor, Deus, por favor, Deus…<br />

Ela está entorpecida pelo choque quando se aproxima <strong>de</strong> outro par <strong>de</strong><br />

portas <strong>de</strong> segurança. O guarda está sentado no outro lado da última porta. O<br />

vidro grosso o faz parecer quieto e indistinto.<br />

Escon<strong>de</strong>ndo a faquinha <strong>de</strong> legumes na mão para não assustá-lo, Saga bate<br />

no vidro.<br />

— Socorro! Precisamos <strong>de</strong> ajuda aqui!<br />

Ela bate mais alto, mas ele não reage. Ela se move para o lado, em direção<br />

à porta, e vê que está aberta.<br />

Todas as portas estão abertas, ela pensa enquanto atravessa.<br />

Saga está prestes a dizer algo quando vê que o guarda está morto. Sua<br />

garganta foi cortada <strong>de</strong> maneira tão brutal que está partida até as vértebras. A<br />

cabeça parece estar pen<strong>de</strong>ndo frouxa <strong>de</strong> um cabo <strong>de</strong> vassoura. O sangue<br />

escorre <strong>de</strong> seu corpo, formando uma poça em volta da ca<strong>de</strong>ira.<br />

Ela escorrega no piso úmido com a faca na mão, <strong>de</strong>pois sobe a escada<br />

correndo e atravessa o portão aberto.<br />

Ela empurra a porta da ala 30 <strong>de</strong> psiquiatria forense <strong>de</strong> segurança máxima.<br />

Está trancada. É madrugada. Ela bate na porta algumas vezes, <strong>de</strong>pois<br />

continua pelo corredor em direção à entrada principal.<br />

— Ei — ela grita. — Tem alguém aí?<br />

O outro sapato do médico está no chão sob o brilho forte da luz<br />

fluorescente do teto.<br />

Saga vê movimento mais à frente, através <strong>de</strong> várias vidraças. É um homem<br />

parado, fumando. Ele joga o cigarro fora e <strong>de</strong>saparece pela esquerda. Saga<br />

corre o mais rápido que po<strong>de</strong>, na direção da saída envidraçada e da passagem<br />

que leva ao edifício principal do hospital. Vira na esquina e nota que o piso<br />

está molhado sob seus pés.<br />

No começo, parece ser um piso preto. Então o cheiro <strong>de</strong> sangue se torna<br />

tão tangível que ela precisa fazer força para não vomitar.

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