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O Homem de Areia - Lars Kepler

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As pálpebras estão pesadas, mas ela se força a olhar. A luz da lâmpada no<br />

teto está estranhamente turva. A porta <strong>de</strong> metal se abre e um homem <strong>de</strong> jaleco<br />

branco entra. É o jovem médico. Ele segura alguma coisa em suas mãos<br />

pequenas. A fechadura da porta trava. Ela pisca com os olhos secos e vê o<br />

médico colocar dois frascos <strong>de</strong> óleo amarelo na mesa. Com cuidado, ele abre<br />

a embalagem plástica <strong>de</strong> uma seringa. Saga tenta rastejar para <strong>de</strong>baixo da<br />

cama, mas está lenta <strong>de</strong>mais. O médico a pega pelo tornozelo e começa a<br />

puxá-la para fora. Ela tenta se segurar, e rola <strong>de</strong> costas. Seu sutiã <strong>de</strong>sliza para<br />

cima, <strong>de</strong>scobrindo os seios enquanto ele a puxa.<br />

— Você parece uma princesa — ela o ouve sussurrar.<br />

— Quê?<br />

Ela ergue a cabeça para ver os olhos úmidos <strong>de</strong>le e tenta cobrir os seios,<br />

mas suas mãos estão muito fracas.<br />

Ela fecha os olhos <strong>de</strong> novo e só fica <strong>de</strong>itada, esperando.<br />

De repente, o médico a vira <strong>de</strong> bruços. Ele baixa a calça e a calcinha <strong>de</strong>la.<br />

Ela apaga e é <strong>de</strong>spertada por uma picada penetrante no alto da ná<strong>de</strong>ga direita,<br />

<strong>de</strong>pois outra, mais embaixo.<br />

Saga acorda no escuro no piso frio e percebe que foi coberta por uma<br />

manta. A cabeça dói, e ela não sente direito as mãos. Ela se senta, arruma o<br />

sutiã, e se lembra do microfone no estômago.<br />

Ela tem muito pouco tempo.<br />

Po<strong>de</strong> ter dormido durante horas.<br />

Ela se arrasta até o ralo no chão, enfia dois <strong>de</strong>dos na garganta e vomita um<br />

pouco <strong>de</strong> líquido ácido. Engole em seco e tenta outra vez. Seu estômago se<br />

aperta, mas não sai nada.<br />

— Merda.<br />

Ela precisa estar com o microfone no dia seguinte para colocá-lo na sala <strong>de</strong><br />

recreação. Não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar que ele <strong>de</strong>sapareça. Ela se levanta com as pernas<br />

trêmulas e toma um pouco <strong>de</strong> água da torneira, <strong>de</strong>pois se ajoelha e tenta <strong>de</strong>

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