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O Homem de Areia - Lars Kepler

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A visita noturna do médico <strong>de</strong>ixou Saga tensa. Sua medicação faz com que<br />

fique estranhamente distante da realida<strong>de</strong>, mas ela tem a sensação muito forte<br />

<strong>de</strong> que está per<strong>de</strong>ndo o controle e que seu disfarce está prestes a ser revelado.<br />

Aquele médico teria me estuprado se eu estivesse dormindo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>,<br />

ela pensa. Não posso <strong>de</strong>ixar que ele encoste em mim <strong>de</strong> novo.<br />

Ela só precisa <strong>de</strong> um pouco mais <strong>de</strong> tempo para completar a missão. Está<br />

muito perto agora.<br />

Ela vai salvar a menina sequestrada.<br />

As regras são simples. Em nenhuma circunstância po<strong>de</strong> permitir que Jurek<br />

escape. Mas po<strong>de</strong> planejar a fuga com ele. Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar interesse e fazer<br />

perguntas.<br />

O problema mais comum com fugas é que as pessoas não têm para on<strong>de</strong> ir<br />

<strong>de</strong>pois que saem. Jurek não vai cometer esse erro. Ele sabe para on<strong>de</strong> está<br />

indo.<br />

A fechadura na porta para a sala <strong>de</strong> recreação se abre. Saga se levanta da<br />

cama, gira os ombros como se estivesse se preparando para uma briga, <strong>de</strong>pois<br />

sai.<br />

Jurek Walter está na pare<strong>de</strong> do outro lado, esperando por ela. Ela não<br />

consegue enten<strong>de</strong>r como ele entrou tão rápido na sala <strong>de</strong> recreação.<br />

Não há motivos para ficar perto da esteira agora que o cabo se foi. Só resta<br />

torcer para que o alcance do microfone seja gran<strong>de</strong> o bastante.<br />

A televisão não está ligada, mas ela se senta no sofá.<br />

Jurek está em pé diante <strong>de</strong>la.<br />

Ela sente como se não tivesse pele, como se ele tivesse uma estranha<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhar diretamente para sua carne exposta.<br />

Ele se senta ao lado <strong>de</strong>la, e ela lhe passa discretamente o comprimido.<br />

— Só precisamos <strong>de</strong> mais quatro — ele diz, olhando para ela com os olhos<br />

pálidos.<br />

— Sim, mas eu…<br />

— E aí po<strong>de</strong>mos sair <strong>de</strong>ste lugar horrível.

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