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para fins comerciais. Por isso, enquanto todas as escolas, ao final do Segundo
Reinado, anunciavam fartamente o ensino de francês e de música, em Niterói,
além da Escola Normal (do Governo provincial), só duas eram conhecidas como
lecionando bem a língua de Shakespeare, e eram até famosas por isso: o Liceu de
Instrução Popular de Niterói, onde o ensinava William Henry Cunditt, e o colégio
de Guilherme Briggs. Possuíam renome.
E quanto ao idioma alemão, há 100 ou 120 anos? Para escrevemos este pequeno
artigo tivemos de fazer pesquisa acurada, já que ninguém naquela época, em
jornais ou almanaques, anunciara o seu ensino. Para isso contribuía a reduzida
colônia alemã ou teuto-brasileira local. E foi precisamente entre estes últimos que
descobrimos o que acreditamos terem sido os primeiros passos do ensino da língua
de Goethe na cidade.
Assim, aconteceu em 1883 que em casa da família Backheuser se criou o
“Externato Particular”. Fundaram-no Evelina Amália Backheuser, irmã do conhecido
geólogo e professor Everardo Adolfo Backheuser, auxiliada por Josefina Pinto
Soares e Hermínia Ihmer. Curiosamente, era conhecido como “o colégio de
dona Hermínia”, e localizou-se, nesses primórdios, na grande chácara à margem
da rua do Calimbá, hoje rua Dr. Paulo César, no bairro de Santa Rosa. Além do
curso primário ministravam-se ali aulas complementares de alemão, francês, inglês,
piano, história sagrada e trabalhos manuais. Em 1884 o “colégio de dona
Hermínia” transferiu-se, já com o nome oficial de “Colégio Backheuser”, para a rua
Visconde do Rio Branco, n o 113, no centro da cidade, onde a população era mais
densa e próximo à antiga estação das barcas. Sabe-se que dona Evelina se ocupava
das classes adiantadas; o prof. Louis Charles Littré ali lecionava francês e o prof.
Felisberto de Carvalho, português. No ano seguinte, por motivos para nós desconhecidos,
o colégio retornou ao endereço primitivo, quando dele se desligou a
Sra. Josefina P. Soares. Em 1886 foi admitido o professor Paulo Duponchel. Evelina
Backheuser afastou-se em 1887, deixando Hermínia Ihmer na direção. O nome
Colégio Backheuser desapareceu dos registros depois de 1889.
Quando, em abril de 1914, chegou da Argentina o prof. Adolf Nabe para dirigir
a Escola Alemã no Rio de Janeiro, mantida pela Sociedade Alemã Beneficente
(Deutscher Hilfsverein), com o auxílio do comércio e indústria locais, assumiu esse
encargo com numerosos planos para desenvolvimento da mesma. De fato, esse
mestre, especializado em matemática e ciências naturais, era homem dinâmico e
programara grandes atividades, que, nos anos em que permaneceu na direção da
escola, desde a saída do pastor Hoepffner (1914) até a entrega da mesma, em 1926, ao
dr. Ferdinand Kunzig, muito ela progrediu. Desse conjunto de atividades mencionaremos
aqui apenas o significativo fato de ter sido reconhecida, em 1922, como