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Kommche!, literalmente ‘Vemzinho!’<br />

Mach Nanache!, literalmente ‘Faz nanazinho!’<br />

Geh schlofeche!, literalmente ‘Vai nanazinho!’<br />

Komm upa!, ‘Vem upa! (i.e. vem no colo)’<br />

Mach Sentache!, literalmente ‘Faz sentazinho!’<br />

Wie liebche!, ‘Que queridinho!’<br />

Lieb Tierche!, literalmente ‘Bichinho querido!’<br />

Brummbrumm, ‘automóvel, brum-brum’ (cf. ale. brummen ‘zunir’)<br />

Mach Aache!, literalmente ‘faz azinho, i.e.’, o som carinhoso do A, encostando<br />

a cabeça na cabeça de alguém’<br />

A apresentação dos dados com os respectivos equivalentes em português mostra<br />

uma característica lembrada por muitos falantes bilíngües: a dificuldade de<br />

tradução de determinadas expressões e a sensação de intraduzibilidade da “língua<br />

materna”. Trata-se de uma característica não apenas da baby talk, mas também de<br />

outros estilos de uso da língua, como o humor e o palavrão. Assim, é comum ouvir<br />

um falante bilíngüe dizer, por exemplo, que, na língua minoritária, a piada “soa<br />

melhor e é mais engraçada”.<br />

Problema 8: a língua dominante<br />

Apesar de reconhecermos o valor afetivo implícito no uso da “primeira língua<br />

aprendida no lar”, este pode restringir-se a uma função específica, por exemplo<br />

xingar e utilizar palavrões. Daí, concluirmos que toda língua materna pressupõe<br />

certa afetividade, porém a afetividade por si só ainda não define suficientemente<br />

a língua materna.<br />

Muito mais relevante é a observação de que o conceito de língua materna evoca<br />

quase sempre a idéia de ser essa também a língua dominante. Que isso constitui uma<br />

constatação forte não resta dúvida. Porém, o que significa afirmar que “uma língua X<br />

é sua língua dominante”? Ou ainda: “o que significa dominar uma língua?”<br />

O problema da “dominância relativa das línguas” (ou configuração de dominância,<br />

cf. Weinreich 1974, p. 75) reside nas implicações decorrentes dessa noção. Em primeiro<br />

lugar, a influência cognitiva da língua materna é tal que produz a sensação de<br />

que não precisamos mais aprendê-la, pela razão simples de julgarmos que já a sabemos.<br />

33 Há, por trás disso, um conteúdo ideológico que perpassa todo o ensino de<br />

33. Ivo (1994, p. 9) vê, por isso, um “paradoxo na constituição do conceito ‘formação em língua<br />

materna’ (paradoxe Begriffsbildung: muttersprachliche Bildung)”.<br />

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