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dança de definição acabou dificultando uma comparação longitudinal dos dados<br />

estatísticos, já que se dispunha de duas definições distintas para o mesmo conceito.<br />

Uma mudança mais séria, porém, verificou-se, segundo Romaine, nos Estados<br />

Unidos. Em 1910 e 1920, classificou-se a língua da segunda geração de imigrantes<br />

pela língua materna da primeira geração, representada pelos respectivos pais, nascidos<br />

no estrangeiro. Enquanto isso, no censo de 1940, a língua materna dessas<br />

populações foi registrada como sendo “a língua falada no lar desde a idade inicial”.<br />

Conseqüentemente, nos primeiros censos não se pôde contar nenhum falante<br />

desse grupo com língua materna inglês, a não ser que os pais já falassem inglês em<br />

casa antes de emigrar para os Estados Unidos.<br />

No Brasil, a última vez em que se incluiu no censo do Instituto Brasileiro de<br />

Geografia e Estatística (IBGE) uma pergunta sobre a língua foi em 1950, mais ou<br />

menos na mesma linha do censo americano, ou seja: 6<br />

Pergunta n.º 18: “O recenseado fala correntemente o português?”<br />

Pergunta n.º 19: “Que língua fala habitualmente no lar?”<br />

Qual seria a nossa resposta ao recenseador? Essa resposta seria equivalente ao<br />

que entendemos por língua materna? Considerando os casos em que o pai ou a<br />

mãe falavam originariamente alemão ou italiano como “língua materna”, porém<br />

utilizavam habitualmente o português na comunicação com os filhos, podem ter<br />

ocorrido duas coisas: a) a primeira língua aprendida deixou de ser registrada ou b)<br />

registrou-se uma língua materna que, na verdade, equivalia a uma segunda língua<br />

aprendida, nesse caso o português, habitualmente usado no lar, no momento do<br />

censo. Isso leva a crer que os índices de bilingüismo dados pelo censo de 1940, que<br />

apontam o alemão como a língua estrangeira mais falada no Brasil, segundo Mortara<br />

(1950, p. 40s.), possam ter sido ainda mais elevados.<br />

Problema 2: a(s) língua(s)<br />

materna(s) do bilíngüe<br />

O segundo problema que poderíamos apontar, nessa discussão, já está dado<br />

pelo meu exemplo particular: é possível ter duas línguas maternas? Se admitirmos<br />

o bilingüismo simultâneo e precoce, no qual se aprende, desde cedo e ao mesmo<br />

tempo, duas línguas distintas, poderíamos responder tentadoramente que sim,<br />

embora nem sempre com a precisão de qual seja a intensidade e amplitude dessa<br />

6. Vejam-se Mortara (1950, p. 39) e Altenhofen (1996, p. 55).<br />

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