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dos falantes nativos, quer dizer, sem qualquer interferência de sotaque. 20<br />

Não se trata, porém, de menosprezar ou minimizar o papel da mãe na aquisição<br />

da linguagem. Pelo contrário, sobretudo os estilos de interação entre a mãe e a<br />

criança são determinantes na aquisição da língua. 21 Assim, observou-se por exemplo<br />

que as crianças que mais rapidamente adquiriam a língua, comparadas com<br />

crianças com desenvolvimento normal, possuíam mães que costumavam produzir<br />

frases mais curtas e simples e que formulavam, em geral, mais perguntas à criança,<br />

principalmente do tipo com resposta sim/não (Ja/Nein-Fragen) ou com uso de pronome<br />

interrogativo (W-Fragen como wo? was? wie?). 22<br />

Pensando especificamente nas áreas bilíngües em alemão e português no Rio<br />

Grande do Sul, encontramos estudos como o de Tornquist (1997, p. 181), 23 que<br />

ressaltam a importância da mãe na manutenção do alemão. Tornquist exemplifica,<br />

além disso, essa posição, citando um estudo de Koch (1974, p. 46), onde este explica<br />

a presença do Hunsrückisch na localidade vestfaliana de Linha Clara como decorrente<br />

da influência de algumas mulheres de origem Hunsrück que teriam casado<br />

com membros de famílias vestfalianas dessa localidade.<br />

Apesar dessas ponderações realçando o papel da mãe na aquisição da linguagem,<br />

não se deve criar a ilusão de que a língua falada pela criança é única e<br />

exatamente a língua que aprendeu da mãe, desconsiderando deste modo qualquer<br />

outra fonte de insumo ou input, como, por exemplo nas grandes famílias, os<br />

inúmeros irmãos e parentes, ou as relações de amizade e de vizinhança, presentes<br />

em maior ou menor grau nas comunidades bilíngües. Além disso, não se pode perder<br />

de vista o papel da Motherese (baby talk) como um registro lingüístico com função<br />

comunicativa-afetiva, usado na interação dos adultos com as crianças. Quer<br />

dizer, a fala da mãe na interação com a criança apresenta-se ela própria muitas vezes<br />

alterada, na medida em que a mãe faz uso da baby talk como “estratégia lingüística,<br />

para adequar sua fala à compreensão lingüística da criança”. 24 Segundo Zollinger (1991,<br />

p. 50s.), esse registro mostra-se relativamente “regular”, no sentido de que seus traços<br />

característicos foram observados na fala não apenas das mães, mas também dos<br />

pais e mesmo já de crianças de quatro anos, ao interagirem com crianças menores.<br />

20. Razão por que conclui que “Die Sprache, die ein Kind auf natürliche Weise erwirbt, ist nicht<br />

immer die Sprache seiner Mutter”.<br />

21. Veja-se, em Zollinger (1991, p. 48-57), Mutter-Kind-Interaktion.<br />

22. Cf. Apeltauer (1997, p. 30). Segundo Zollinger (1991, p. 49), as perguntas perfazem cerca<br />

de 30 a 50% dos enunciados dirigidos à criança.<br />

23. Já anunciado no título de seu estudo: “Das hon ich von meiner Mama”.<br />

24. “[...] die Motherese als sprachliche Strategie der Mutter, sich an das Sprachverständnis des<br />

Kindes anzupassen” (Zollinger 1991, p. 51).<br />

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