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172<br />

Germanismo local e a emergência Mucker<br />

Para levar sua missão a cabo, pastor Borchard manteve boas relações com o<br />

editor do Deutsche Zeitung. Koseritz mencionou essa política de boa vizinhança<br />

quando, em 1873, publicamente entrou em conflito com o pastor Kleingünther,<br />

sucessor de Borchard na liderança do sínodo que existiu de forma provisória entre<br />

1868 e 1873: “Com Borchard era diferente”. 20 As primeiras tentativas de consolidação<br />

sinodal não haviam conseguido o desejado apoio das comunidades; o empreendimento<br />

existiu de forma precária devido às obsessões dos que o eram: um<br />

reduzido número de pastoral vindos da Alemanha. 21<br />

As lideranças da Comunidade Evangélica de Porto Alegre abertamente confrontaram<br />

essa tentativa pastoral de administração comunitária. A partir desse conflito<br />

Koseritz teve a oportunidade de criticar o sínodo, destacando o seu caráter<br />

retrógrado e a sua ilegalidade. Os desdobramentos dessa instituição não eram<br />

mais percebidos como compatíveis com as articulações do germanismo local: “A<br />

comunidade de Porto Alegre não aceita ordem de Kleingünther nem de Berlim.<br />

Aliás, o que tem o bispo prussiano a ver com comunidades religiosas no reino<br />

brasileiro?... Esses pastores e missionários comportam-se como os católicos... Esse<br />

punhado de clérigos espanca com o próprio punho cristãos que pertencem a<br />

grupos evangélicos e também católicos, como se não fossem parte da cristandade<br />

positiva... Não sabem que querem uma instituição anacrônica e que o sínodo não<br />

tem existência e competência legal?... Não quisemos esta briga. Nossas palavras são<br />

insuspeitas, pois ajudaram o pastor Borchard (hoje em dia dizemos ‘infelizmente’) a<br />

constituir a comunidade local e o sínodo”. 22<br />

Os alvos políticos de Borchard não foram maçons germanófilos, mas os assim<br />

19. Ibidem, p. 17. Segundo Hans Gehse, in Die Deutsche Presse in Brasilien von 1852 bis zur<br />

Gegenwart, Münster, Aschendorffsche Verlagsbuchhandlung, 1931, p. 37: “Esta classe<br />

trabalhou com o objetivo de estabeler uma plataforma para a vida intelectual nas colônias<br />

e colocar o elemento alemão na sua devida posição na vida governamental”. Vide Reinhard<br />

Köhne, Carl v. Koseritz und die Anfänge einer deutsch-brasilianischen Politik, Bochum, Heinrich<br />

Pöppinghaus, 1937, p.140s: Os Brummer tornaram-se “estudantes do materialismo de<br />

Koseritz” e, em meados de 1870, engajaram-se abertamente na Kulturkampf (luta cultural)<br />

contra “o mal do autoritarismo protestante e do profetismo jesuíta”. Vide também o ensaio<br />

de Maria Amélia Dickie, “Dos ‘Senhores do Sul’ aos Brummer: A Trajetória da Construção<br />

Social do Trabalho (RS, 1824-1880)”, Florianópolis, UFSC, 1989.<br />

20. D. Z., 28/5/1873.<br />

21. Vide carta de Borchard mencionando a criação de reuniões pastorais, E. Z. B., 7/5/1866. Vide<br />

também o relatório de fundação desta primeira tentativa sinodal in E. Z. B., Die Arbeit unter<br />

den Evangelischen Deutschen in Brasilien – Vierter Bericht, p. 5.<br />

22. D. Z., 28/5/1873. Vide também D. Z., 7/5/1873 e D. Z., 4/4/1873. O independentismo da<br />

Comunidade de Porto Alegre já fora descrito por Borchard em carta à sede missionária em<br />

Berlim, 28/5/1864. O assunto foi retomado por Borchard em carta de 07/05/1866.

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