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Tinha servido, anteriormente, como estalagem. Ficava ao sopé de
uma das colinas de Roma, e já havia recebido muitas famílias não
nascidas por ali. Não se distanciava da propriedade de Orígenes.
Na região, encontravam-se estrangeiros industriosos, cheios da
alegria de viver, amantes da música. Uma grande parte originários
da Grécia, mas não de "sangue puro", porque por ali a miscigenação
também ia bastante avançada. Mas eram seres dóceis, de vida
equilibrada no trabalho e cheios do desejo de progresso e realização
de sonhos - como acontece na Terra a todos os que não se ocupam
com guerras de conquista.
Nesse povoado - pode-se dizer povoado, embora inserido no seio de
Roma - Cornélia e sua caravana desceram.
A casa principal já contava com arranjos de flores, das mãos de
Hannah, e o celeiro pequenino, com forragens para os animais; a
lenha, empilhada e seca, oferecia-se para uma lareira improvisada
rapidamente por sua amiga; os utensílios de cozinha brilhavam em
suportes articulados de madeira.
Era adorável o local, embora em tamanho reduzido, se comparado
às dimensões da anterior moradia de Cornélia. E, ali, duas serviçais
aguardavam as ordens da nova senhora.
Cornélia comoveu-se pelo carinho e atenção de Hannah, pela
amizade tão claramente expressa nesses atos de agrado. E logo já
dava suas ordens, corria atrás de objetos perdidos no meio de tantos
volumes. Não sossegou, enquanto não se encontrava tudo em seus
devidos lugares.
Três dias depois, estavam instalados como se ali morassem há muito
tempo. Só então Cornélia soube, por Hannah, que, se quisesse,
poderia aumentar a casa, inserir novos pavimentos ou jardins, pois
aquelas terras pertenciam a Orígenes, que as tinha posto à venda.
Hannah as havia reservado para ela, com a desistência do antigo
dono da estalagem, impossibilitado de comprá-las. Era um solo
valoroso para plantio.
Imprevisível e adorável Hannah!
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