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- Nazaré??? – perguntou Kalil, franzindo o cenho. – E quem foi que
lhe disse que existe um lugar chamado Nazaré?
- Ora, nem precisavam me dizer, pois foi de lá que eu vim...
O homem balançou a cabeça, pôs-se pensativo e então comentou
com a mulher que o ladeava:
- Você ouviu, Amine? Acho que as febres foram muito altas. Acho
que por pouco ela não morria. Até está...e apontou a têmpora direita,
girando levemente o dedo indicador. Bem, bem, isto não importa.
Apenas reforça a minha idéia de tirá-la daqui. E então comandou:
- Arrume todos os pertences dela, Amine, está resolvido, ela vai
comigo!
- Mas... e a Iasmine? Como fica? – indagou a mulher, preocupada. –
Ela vai ficar doente, se perder a amiguinha.
- Oras! O homem puxou um dos lóbulos da orelha. Ah, já sei,
Iasmine segue com ela. Não é uma boa solução?
- Mas a mãe da Iasmine vai se enfurecer, Kalil, ela tem planos para
a filha – a mulher argumentou.
- Planos faço eu!!! – gritou o árabe, já decidido. – Nazira precisa
sair daqui. Não quero mais ouvi-la dizer que veio de Nazaré –
completou aborrecido.
Cornélia olhou-o tristonha. Percebeu que nem tudo podia confessar.
Talvez nem mostrar para ele a pérola bonita que um mercador havia
oferecido para ela, no dia em que a febre a atacou. O árabe ia achar
que a pérola tinha sido responsável por sua doença, então ela não ia
mostrá-la para ninguém. A pérola era dela, sim, Cornélia, e não
Nazira. Daquilo ela não ia abrir a mão.
O sacolejar do camelo entregava a Cornélia tanto sono, que um
árabe, Antúlio, havia sido indicado por seu tio como acompanhante
dela naquela caminhada. Kalil havia improvisado uma sela
diferente, de modo que Antúlio ia guiando e ao mesmo tempo
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