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Quando a anciã quis saber o nome de Cornélia, Nathan se antecipou
em explicações:
- Ela só tem alguns traços de judia, mas não é, Thirza. Seu nome é
Cornélia e a mãe dela era romana. E esta outra, Débora, é essênia
como nós. O Nathanael você já conhece.
Mas a anciã ergueu os ombros e disse, cheia de indiferença para
aqueles dados:
- Já vivi tanto, Nathan, que até me admiro dessas referências sobre
essênios ou não. Recebi tantas visitas... e o Rabi nem era essênio
também. Mas pensa que não sei que elas queriam conhecer uma
casa por onde ele passou? E ela riu, um sorriso de dentes
incrivelmente perfeitos.
Cornélia entendeu que a velhinha se referia a Joshua como Rabi.
A anciã prosseguia feliz de conversar:
- Aquele mocinho nos deu lições de valor, hein, Nathan? Dizia que
não era importante a nossa procedência, nem terrena e nem de
grupo. O mundo era todo abençoado pelo Pai. Então - ela ergueu de
novo os ombros finos e magros -, não me importo muito se existem
nabateus, zelotes, essênios, samaritanos, sicarii ou qualquer outro
tipo de gente. O nosso grupo para mim continua sendo o Rabi - ela
riu de novo. E havia musicalidade em torno daquela velha senhora.
Depois ela fixou Débora e comandou:
- Venha aqui perto, menina. Você conheceu o Rabi? E o Yohanan?
Ele também me visitava.
Débora comoveu-se, mas conseguiu reter as lágrimas. A velha fez
que não viu e continuou:
- O Yohanan era cheio de vaidade. As túnicas brancas dele
precisavam ser alvíssimas. Minhas filhas me contavam tudo em
pormenores, porque eu não gostava daquelas andanças. Minhas
pernas sempre me incomodaram. E o Yohanan um dia me disse que
assim era melhor. Eu só descobri que era mesmo, quando comecei a
fazer a minha tapeçaria. Se minhas pernas tivessem sido fortes, eu
acho que não ia fazer este belo trabalho que fiz. E ela apontou o
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