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mundo fosse acabar, a fim de começar um outro novo. Era isso que
Aurélia temia, colocando nessa impressão a morte de seus filhos. E
tão grande a sua preocupação, o seu medo, que entrava em pânico.
- Aurélia, enxugue essas lágrimas! Amanhã conversaremos melhor.
Você ainda poderá contar com surpresas que nem está esperando.
Ninguém consegue estabelecer bons planos, quando se entrega à
aflição. Prometo que amanhã vamos tentar achar algum caminho
que a leve a encarar a viagem de seus filhos como um bem e não
como um sacrifício, como você pensa. Vá, vá, retorne a seu leito!
Já sozinha, Hannah se pôs a refletir que a passagem daquele judeu
por aquele território havia produzido mudanças em vários lares.
Tinha velhos conhecidos que lhe contavam histórias ligadas ao
destino de Joshua, mas muitas eram cheias de alegrias e de
esperanças. Talvez Cornélia pudesse também se unir a ela e narrar
alguns acontecimentos que fossem benéficos para Aurélia. Se
Joshua era um justo, por que teria surgido tanta desavença por ali?
A resposta era diferente para cada um?
Exausta, voltou para seu quarto. Só conseguiu dormir, quando a
manhãzinha se levantava.
Coincidentemente ou não, naquele mesmo dia Aurélia e Hannah
receberam um aviso de que Celeste e outras amigas se propunham
visitá-las, para uma tarde amena e uma proposta de trabalhos a
empenhar. Pediam que Cornélia fosse avisada.
Aurélia encantou-se. Gostava da calma e da firmeza de Celeste, que
também possuía um filho jovem, mas que jamais se havia inclinado
para as armas. Era um rapaz bastante tímido, afeito a estudos e
ferrenho defensor das tradições romanas. Dizia-se que Emiliano, o
filho de Celeste, compunha escritas que a ninguém entregava, a não
ser a um amigo leal, um judeu-árabe. Lembrando-se desses detalhes,
o coração de Aurélia apaziguou-se. Pelo menos já havia dirigido o
rumo dos filhos. Devia ser um pesadelo a vida de Celeste, já que o
futuro de Emiliano ainda era uma incógnita.
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