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Mas os argumentos de Orígenes foram bem analisados por ela e,
desejando realmente que a considerassem uma mulher leviana não
dotada de Fé, decidiu-se aceitar os conselhos de Orígenes e deixarse
acompanhar por uma escolta de oficiais romanos.
Cornélia não sabia que, na opinião de Orígenes, o sopro do vento
que atingia aquelas terras jamais iria retirá-la dos cenários mais
ilustres. Porém Otávia, que conseguia enxergar a força oculta de
Cornélia, achava que aquela viagem da amiga estava perfeitamente
relacionada a seus princípios de fé. Desejou sinceramente que não
sofresse as mazelas enfrentadas por Lélia.
Finalmente chegou o dia tão planejado. A oficialidade que a
acompanharia era comandada por Flavius.
Inúmeras hospedarias haviam brotado naqueles territórios desde a
primeira vez que os transpusera. Para alcançar o Santuário dos
essênios, nas proximidades de Jericó, precisaria de um "passaporte"
que só alguns judeus ofereceriam para ela - os próprios essênios. E
ela já o levava consigo. Era o manuscrito que Nathanael lhe dera em
mãos.
Nathanael estava atento. Fora ele que havia conduzido Licínio e
Fábio para longe da toca do lobo. Mas, ao contrário dela, os dois
saíram de Roma pelo mar. Não haviam seguido em busca dos
essênios e, bem longe dali, enfrentavam uma viagem bastante
aflitiva.
Entre Cornélia e Flavius logo se formou uma indisposição. Embora
respeitada em seus mínimos pedidos e até na trajetória que havia
colocado para ele, nenhum dos dois conseguia afastar a animosidade
enquanto percorriam aquelas paragens.
Flavius, por suas inúmeras viagens-tarefa, havia adquirido um certo
"faro" para captar onde estavam os seguidores do Nazareno. Mas ele
não conseguia atinar de onde vinha sua percepção para distinguir
quais eram os seguidores ou não. Analisava atentamente as
conversas entre estalajadeiros e hóspedes, entre servos e donos de
estalagens, preocupando-se até com as lisonjas que o atingiam,
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