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pai de Ben Iasin já tem organizada uma caravana com boa escolta,
que pode prevenir os assaltos.
O rapaz ia falando rapidamente, tentando impedir que a mãe
negasse logo de início a realização daquele desejo. Por isso, os
argumentos iniciais para ganhar a aquiescência dela se baseavam
primeiro nos cuidados especiais, na escolta, e na companhia de
criaturas mais velhas do que ele.
Celeste conhecia bem o filho. Analisava os mínimos gestos de
Emiliano, sua fluência para persuadi-la, e a manifestação de um
tique nervoso que só sucedia quando se via afobado por algum ato
ou pensamento que tentava disfarçar: piscava os olhos três vezes em
seguida, antes de olhar firmemente para a mãe.
Enquanto o monólogo do rapaz se desenrolava, Cornélia, ou tocada
pelas palavras sobre a caravana e assaltos, ou atraída pela figura do
árabe que a analisava atentamente, começou a sentir os primeiros
vestígios da tontura que a levava, após, aos desfalecimentos tão
comuns anteriormente, e dos quais se havia livrado com a ajuda de
Joshua. A fronte cobriu-se de suor e uma espécie de arrepio
percorreu ao longo a sua espinha.
Conseguiu equilibrar-se, mas perdeu totalmente, dali em diante, a
seqüência do diálogo mantido por Celeste com o filho.
Olhando mais uma vez para o árabe, Cornélia reviu – só que desta
vez diante dela – o rosto do homem do deserto, que se chamava
Antúlio, e que tão atentamente a cuidara e a conduzira em cima de
um camelo, sob o sol escaldante e por entre as tempestades de areia,
numa longínqua caminhada em tempos desconhecidos para ela.
Quando Emiliano e Ben Iasin já se despediam, o árabe se pôs diante
de Cornélia e comentou:
- Talvez a senhora não entenda o que vou lhe dizer, mas sinto que
não posso partir daqui sem esclarecer o que me parece um traçado
do destino.
Ele permaneceu em silêncio, aguardando um consentimento da parte
dela, para prosseguir. Cornélia sorriu e disse:
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