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Enquanto Cornélia se enfronhava no ambiente novo, Licínio voltava
com seus oficiais para Roma. Terminada a sua incumbência, levou
os informes a seus superiores. Eram recados urgentes, mas seguros.
Ele garantia que não existiam atos políticos na mente dos judeus
seguidores de Joshua. Eram pessoas sem violência, voltadas para os
campos da alma e não para os materiais. Diziam-se propagadores de
uma fé diferente, porque incluíam a participação do povo para o
conhecimento de um novo Reino - um Reino que ele, Licínio,
particularmente acreditava que não seria incluído naqueles
territórios. Isto ele deduzia, porque não carregavam armas e o único
instrumento de que se valiam para a propagação eram as palavras.
Essas palavras preconizavam uma vida mais feliz para todos,
quando se reunissem ao Deus do Amor, para serem irmãos em
fraternidade e entendimento.
O sorriso de mofa que principiou a se formar no rosto de seu
comandante, enquanto ia lendo o relatório, incomodou Licínio.
Vinha de um homem cheio de agressividade, mas extremamente
dedicado ao posto que havia galgado por suas idéias rígidas e
disciplinares. Só proferia um não definitivo, em uma causa que
defendesse, quando tivesse em mãos um bom número de
informações de seus diversos subordinados.
Esse superior de Licínio o aceitava como um perfeito comandante
de unidade, mas jamais deixaria de analisar outras opiniões na causa
que vinha examinando, antes de dar seu veredicto final.
Licínio afastou-se satisfeito com seu trabalho, mas bastante
preocupado com os teores que chegariam às mãos dele, vindos dos
outros informantes. Ainda que possuísse recursos de saber quais
seriam essas opiniões, antes mesmo que chegassem às mãos do
severo homem, não procurou se valer de sua autoridade. Não o
movia o desejo de triunfo e nem de impor o seu ponto de vista.
Deixaria que tudo seguisse os canais habituais.
Voltou para casa, banhou-se, recebeu um tratamento de massagens
num banho público. Depois, foi em busca da mãe.
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