Clique aqui para baixar o livro no formato

Cornélia sorriu. - Pelo seu jeito, Yohanan era para você um fruto
proibido.
Débora riu prazerosamente. - Não pensei num fruto, Cornélia, mas
num Anjo intocável e perfeito. Você sabe que Nathanael chorou
mais a morte de Yohanan que a de Joshua? Não que ele não amasse
os dois. Mas Yohanan era mais parecido com Nathanael.
- Não me diga! Nathanael também é uma criatura severa?
- Hoje não sei mais - ela levantou os ombros. Meus pais desejavam
que eu me casasse com Nathanael, não sei se você sabe. Mas eu me
recusei.
- Pela rigidez dele?
- Não, porque eu... - e ela corou de novo.
- Ah, entendo, seu coração tinha preferência por Yohanan...
Débora acenou de leve com a cabeça. - Mas ele tinha escolhido
oferecer a vida dele por seus ideais, então...
- Então por que não se uniu ao Nathanael? Ninguém consegue me
provar que ele não a ama.
- Meu coração pertence a uma única pessoa. Eu não seria feliz com
ninguém mais. Tenho certeza disto.
- E como leva a sua vida, Débora? Deve ser muito solitária.
- Engana-se. Sou feliz a meu modo. Amanhã vou mostrar para você
o local onde vi Yohanan pela primeira vez. Ele parecia ser um
daqueles deuses que os romanos chamam de... de Apolo.
Cornélia olhou para a gentil moça que havia mandado para ela o
manuscrito de Yohanan. Entendeu perfeitamente as razões do
coração de Débora. Convidara-a a participar daquele mundo de
encantamentos e amor, que marcara a sua adolescência.
Mas Cornélia ainda tinha muito a conhecer, em referência a ela. O
tempo lhe mostraria.
No dia seguinte, munidas de um farnel, pois fariam uma longa
caminhada, as duas saíram de casa.
165