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E para lá partiram em uma manhãzinha em que o sol distribuía um
calor forte, deixando mais árido aquele deserto abençoado pelo
Criador.
Débora exultava, porque fora avisada que tinha conseguido em
tempo exíguo avançar dois degraus de sua escalada à iniciação dos
essênios. Mas para Cornélia aquela viagem representava uma
pequenina volta às imensas alegrias recebidas, quando acompanhara
os passos de Joshua.
A comunidade que iam conhecer não era tão distante do Santuário
de Qumran. Pode-se até dizer que, se os homens houvessem feito
um corte vertical nas rochas erguidas ali, ela poderia ser considerada
"o quintal" do Santuário. Mas como seguiam a pé, e precisavam
percorrer todo o contorno daquelas montanhas altaneiras, levaram
uns bons dias para atingi-la.
O núcleo a ser visitado era dos essênios que haviam acompanhado
também de perto a passagem de Joshua e de Yohanan. Não se
diferiam em hábitos e eram amigos de Nathan, que também ia junto.
Nathan possuía parentes afetivos entre eles, portanto, era um lar
desses amigos que primeiro iriam visitar.
A moradia era inserida numa rocha e, para alcançá-la, existia um
sistema de transporte para o alto, que constava de uma tábua rústica
presa em correntes, e que se erguia com o auxílio de roldanas e da
firmeza dos braços de homens vigorosos. Os homens que os
receberam possuíam os cabelos acobreados.
Um a um, alcançaram um patamar que, dali para mais alto, podia
ser transposto por escadas escavadas até a entrada de algumas
moradias.
A caverna era bem larga e arejada. Dentro dela, avistaram um
homem, que se retirou logo após cumprimentá-los. Vestia uma
túnica de linho branco e usava sandálias de fibras trançadas presas
ao tornozelo.
Também faziam parte da família uma mocinha e uma anciã,
provavelmente próxima dos cem anos.
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