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Vinte e Nove
Cornélia era uma mulher de sentimentos exacerbados. A megera
foice que desbasta sonhos e alegrias nascentes havia arrancado, de
um golpe só, tudo o que de mais belo tinha conquistado nessa vida,
ao afastar-se de Joshua.
Um rio de lágrimas e tristezas havia inundado seu coração, desde o
momento em que Aquele Anjo expirara na cruz. Tudo para ela, até
então, resultara em cinzas e aflições.
Duros meses e anos aqueles em que se obrigava a se reerguer e
retomar a vida, a fim de alcançar algo que um dia Joshua lhe
dissera: "A Alvorada já vem, Cornélia, não percebe isto? São os
albores que se manifestam no sorriso Desse Deus Precioso, que
distribui o néctar da prosperidade para todos os mortais. Os rios se
encherão de Belezas inesperadas para os Homens, e a Luz Divina
tocará cada um de Seus Filhos, mesmo diante das provas que
precisarão enfrentar. A humanidade toda será um imenso
caleidoscópio a gerar cores e imagens, que provocarão maravilhas
nas estruturas que Ele prepara para o mundo.
Não chore, criança, pois se a vida agora parece penetrar num reino
de sombras, apenas para os cegos a sombra se mostra. Muitos
cordeirinhos desse rebanho de Meu Pai já se vestem nessas Luzes.
Entenda que sorrisos de aflição podem significar a glória daqueles
que entrarão numa Era sem distorções, quando o Deus Menino
estiver à frente dessas hostes que O amaram por amor do meu
nome".
Cornélia lembrava que, ao ouvir aquelas palavras, um turbilhão a
havia atingido, sem que tivesse conseguido entender, perfeitamente
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