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superiores sobre o "desaparecimento" daquela de quem ele era
encarregado, e que fugira apenas ajudada por um escravo franzino.
Agora, ali, novamente na presença de Cornélia, pensava em que
rumos deveria seguir, para tirar-lhe informações de Qumran.
Mas Cornélia foi ajudada por Nathanael que, adivinhando-lhe as
intenções, comentou:
- Não sei o que me deixa mais feliz, Flavius, se a sua presença entre
nós, ou a certeza de que veio simplesmente para confirmar a sua
amizade, apesar da travessura feita um dia por Cornélia a seu
respeito.
Flavius sorriu meio a contragosto.
- Confesso que jamais pensei que as artimanhas fizessem parte da
essência de Cornélia.
- E por que diz isto? - ela perguntou com jeito brincalhão. - Deve
me atribuir qualidades que não possuo, Flavius.
- Absolutamente. Sempre a vi como pessoa séria e sem disfarces. E
nunca soube que se escondesse atrás de qualquer atitude que
considerasse necessária tomar. Pelo menos os que a conhecem, os
amigos e familiares de Tibério, por exemplo, também a apontavam
como mulher implacável, quando desejava algo. Portanto, se a
senhora não desejava seguir comigo naquela viagem, era só me
dizer.
- Não voltemos ao passado, Flavius. Sei que um comandante deve
seguir rumos que garantam as ordens de seus superiores. Mas não
havia clareza para mim do que o seu comandante desejava. E é claro
que a sua lealdade seria toda para ele; não para mim.
Ele olhou-a de viés e prosseguiu:
- Naquela ocasião, eu tinha mesmo uma tarefa a cumprir. Não sei se
a senhora sabe que um homem deve cumprir até o fim aquilo a que
se propôs.
- Está querendo me dizer, por acaso, que deseja completar o papel
daquela época?
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