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o lado da gangorra, visto que deixaria de receber a influência
marcante que ela exercia sobre ele. E Licínio já previa tudo isto.
Aurélia entendia que o exército era a escada para a fama dos filhos,
e que ela mesma, silenciosamente, mas em manobras políticas e
sagazes, havia colocado à frente deles. Certamente havia acreditado
que poderia manobrar até o fim a caminhada daqueles seres.
A chegada de um novo comandante, que não se importava nem um
pouco com nomes célebres de antepassados, tirou da mão de Aurélia
os poderes de que se via investida. Quando percebeu, já não havia
mais possibilidades de evitar o afastamento de Licínio e de Fábio
para Roma – exatamente o local que soava sinistramente em seus
ouvidos.
Só em pensar em Roma, Aurélia estremecia. Era como se esperasse
de lá, antecipadamente, um roteiro cheio de mágoas para aquelas
criaturas às quais havia doado suas energias e melhores vibrações.
Tanto sofreu, que certa noite acordou Hannah pelos soluços
contínuos a que se entregava, sentada em um banco do extenso
jardim de sua residência e que ficava quase que embaixo da janela
dos aposentos de Hannah.
Hannah desceu ao seu encontro.
- Ah, Hannah, tenho tido visões medonhas durante meus sonhos!
Vejo uma quantidade imensa de cruzes e, nelas, criaturas
martirizadas como foi aquele filho de carpinteiro.
- Calma, Aurélia! Você deve ter em mente exatamente a morte
daquele judeu que muitos afirmam que era o filho do Deus.
- Não, não se trata disso, Hannah. Aquele homem era somente um
simples... e nem era romano. Mas o meu coração está chorando pelo
meu povo e também porque vejo, entre ele, os meus filhos. Eu me
desespero, porque tenho medo de que Fábio e Licínio também sejam
sacrificados.
- É que você, pela primeira vez, os terá longe de seus olhos e de
seus cuidados, minha amiga. E nós todas temos ouvido falar da
pompa, das extravagâncias e das corrupções existentes em Roma.
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