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- Sim. E só depois que Nathanael começou a atravessar os estágios
de estudo e compreensão, eu comecei a entender as razões de minha
vida aqui na Terra - ela suspirou.
Cornélia não teve a ousadia de perguntar quais razões eram aquelas.
Débora devia ser uma criaturinha cheia de doçura, afabilidade, mas
forte como uma rocha. Permanecia ali, diante dela, com a paz e a
serenidade estampadas no rosto bonito, embora os olhos brilhassem
com lágrimas da emoção pela recordação de um dia marcante para
ela.
Cornélia afagou-lhe o rosto e depois indagou:
- Você nunca teve visões?
- Não, mas Nathanael me contou que você anteviu o martírio de
Joshua. Eu prefiro ser como sou. Não sei o que teria me acontecido,
se eu soubesse antecipadamente qual seria o fim de Yohanan.
- É melhor nem saber, minha amiga. A mágoa acompanha a gente,
aonde quer que a gente vá.
- Mas por quê? Por que você precisou passar por isso?
- Isso ainda não sei. Tenho esperança de descobrir entre os essênios
anciãos. Mas Nathanael me disse que eles nada vão me informar a
este respeito.
- Nathanael é muito rígido, conforme lhe falei. Quem sabe as mãos
de Joshua vão guiá-la para perto de algum deles que tire esta dúvida
de você. Afinal, eles todos sabem que o Pai é Misericordioso. E
Joshua também era.
- Esperemos que sim, Débora.
- Agora venha, vou mostrar para você o recanto preferido de
Yohanan. Também sei isto por informação de Nathanael.
Débora pegou a mão de Cornélia e entrou no interior daquelas
cavernas interligadas.
Algumas delas possuíam a bênção de uma abertura superior, de
modo que a claridade do dia penetrava por ali e entregava um luscofusco
adorável e cheio de mistérios. Outras eram inteiramente
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