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Trinta e Sete
A permanência de Débora entre os essênios seria de dupla utilidade
para ela. Já sabia que todos ali se preparavam, antes de tudo, para a
Vida. E isto remetia à prática de virtudes consideradas básicas para,
um dia, alcançarem a Sabedoria e a Perfeição nos atos e
pensamentos.
Por essa razão é que existiam "faixas de aprendizado e de subida
para as iniciações", que tinham a ver tanto com os valores da alma
quanto com os do coração. Os valores da alma referiam-se às
Virtudes. Os do coração eram submetidos às afeições terrenas, para
que se tornassem capazes de chegar ao caminho da Retidão. E o
caminho da Retidão tinha tudo a ver com Justiça, Continência e
Abnegação no servir. Quanto mais servissem - despojados da
intolerância e da vaidade - mais próximos se encontrariam do
Caminho do Meio, aquele que poderia demonstrar que não mais
eram homens extremistas e insensatos.
As práticas ritualísticas realizadas pelos que freqüentavam o
Santuário, nos banhos, nas refeições comunitárias, nas meditações e
nas recitações de palavras sagradas, eram um dos meios de que se
utilizavam para ir adquirindo "os dons", que uns alcançavam bem
antes do que outros. E eles mesmos se sentiam seguros (ou
inseguros), ao serem convidados para se manifestarem livremente,
por ocasião da subida dos degraus, ou troca de "faixas", até o que
significaria nova tarefa a ser realizada perante o grupo.
Os essênios eram criaturas criteriosas, estudiosas, amantes do
progresso, das virtudes e da vida. Preocupavam-se, sinceramente,
com o desenvolvimento dos seres. Portanto, era pelo que se
considerava material que treinavam a força para alcançarem o
sucesso de seus empreendimentos, isto é, que lutavam para não
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