Clique aqui para baixar o livro no formato

- A senhorita poderá estar tranqüila, quando se afastar de seu pai. E,
se desejar, pode, inclusive, levar uma criada a seu dispor.
- Não temos criadas aqui, Konstantin – ela brincou com ele. - Os
nossos serviçais são tão antigos, que já fazem parte de nossa família.
Mas... - ela titubeou – ... se meu pai me permitir mesmo viajar, e
vou gostar muito!, queria levar comigo a Hannah – e olhou para o
pai pedindo aceitação.
Diomedes pousou as mãos nos joelhos e asseverou:
- Então está combinado. O senhor Péricles avisa quando parte,
enquanto você se prepara.
Cornélia jamais havia imaginado quão distantes ficavam as
montanhas por eles chamadas de Três Estribos.
O território que começaram a percorrer era quase desértico, mas
provido de pousadas ao longo de trilhas construídas para os
aventureiros que se atreviam a pôr os pés por ali. Atreviam-se, sim,
porque nem todas as criaturas que o atravessavam eram cumpridoras
do que se diz respeito aos semelhantes.
Homens rudes, bandoleiros ávidos, mercadores volúveis, piratas de
terras, enfim, uma quantidade de tipos humanos tão variada, que
somente com vigilância constante se conseguia sobreviver.
Mas Cornélia seguia eufórica. A confiança ilimitada em Konstantin,
e a certeza de que os melhores caminhos seriam escolhidos pelo
senhor Péricles, constituíam a dupla força com que se via
presenteada. E para os caminhos do coração contava com a
silenciosa Hannah – o que para Cornélia já era suficiente, pois
também gostava de manter a privacidade.
Dias e noites se passaram, a pé e por águas, escapando em alguns
dos perigos e, em outros, banqueteando-se com os espaços livres e
sublimes da majestosa natureza. Até que avistaram a região mais
bela que seus olhos jamais imaginavam existir.
O lugar dividia-se sem cercas e sem fronteiras. Tudo era repleto de
plantações e de flores. Casas pequenas, mas de aparência
13