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honrado por participar dessa vida com Joshua, que ele sempre soube
que era o Mestre dos Mestres.
- Eu conheci Yohanan - disse Cornélia. - Eu o ouvi uma vez às
margens do Jordão. Era um homem inflamado no falar.
- Realmente - Simeão confirmou. - Eu tive oportunidade de lhe
dizer, um dia, que ele era a Fúria dos Oceanos e o nosso Messias, a
própria lira do Orfeu. Duas almas a se expressarem de maneiras
distintas, mas de mãos dadas num mesmo ideal, o ideal do amor ao
Criador, que nos enviou o seu Angélico Filho para diminuir as
nossas agruras aqui na Terra.
- Quer dizer que sempre haverá uma livre escolha para as tarefas? -
perguntou Débora, emocionada por sentir-se um pouco mais ligada
a Yohanan, ainda que fosse através dessa simples conversa.
- Sim. Mas é claro que o Deus de Amor sabe melhor do que nós o
que é a ignorância ou a crueldade. Para cada caso há um caminho
para a cura.
- Não sei se seria uma intrusão de minha parte perguntar-lhe quem
Yohanan era para o senhor - Débora acrescentou.
- A minha lira, Débora, a minha lira. Eu o ouvia falar sobre seus
inúmeros propósitos para servir. Portanto, ele é que me inspirava
para meus atos. Por causa dele, compus algumas canções diferentes
por aqui. Eu o amava como a um filho e, graças a ele, consegui
atravessar, incólume, meus propósitos para ser um bom essênio.
Hoje sou um servidor em uma comunidade, na mesma posição de
Nathan, em Qumran. Mas tenho uma longa jornada para ser, um dia,
como o Mestre dos Mestres. Uma longa jornada - ele repetiu,
olhando para Débora.
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