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Quarenta e Cinco
Josiel chegou acompanhado de dois amigos da Grécia e tinha a seu
lado a “surpresa” referida por Débora em sua última carta. Era
Zínia.
Cornélia e sua antiga serviçal não se cansavam de se abraçar, como
se desejassem reter nesse abraço o calor, a alegria e as bênçãos que
haviam recebido, juntas, nas inúmeras vezes que puderam
compartilhar das palavras de Joshua em sua vida terrena.
Zínia havia seguido o propósito de dedicar-se a criaturas solitárias, a
fim de entregar-lhes a seiva da vida – que nunca lhe faltou – porque
já era uma alma liberta. Tornou-se uma criatura indômita e cheia de
consideração pelos irmãos mais frágeis. As duas haviam nesta
existência acendido um rainho de luz, que as acompanharia em suas
existências futuras, pois sempre que se cruzassem se reconheceriam.
Só que nenhuma das duas sabia que Josiel também era um elo
perpétuo nesta corrente de amizade.
Em um daqueles dias amenos, em que a Natureza participava da paz
naqueles territórios, enquanto em Qumran se fecharia o ciclo de
vida de tantos amigos deles, conversavam.
Disse-lhes Josiel: - Creio que não fiz nada melhor em minha vida,
até hoje, do que viajar, para restabelecer contato com você, Zínia, e
com Cornélia também. Não vou me ater ao fato de que somos almas
vinculadas nesta trajetória que fazemos aqui pela Terra, porque sei,
por intermédio de Débora, que você, Cornélia, possui o dom das
reminiscências pretéritas. E, por elas, deve ter tantas informações a
passar, que ficaríamos aqui voltados para um mundo que já se
perdeu e o que importa mesmo é este momento do agora, do hoje,
que nos entrega este prêmio do reconhecimento do afeto que ainda
nos liga, apesar do transcorrer dos séculos.
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