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ainda esperava conquistar o mundo, mas que não acreditava que
saísse dali a sua vitória, porque reclamava:
- Não sei por que você insiste em voltear por aqui, como uma
borboleta de asas truncadas, Manilia - ele tinha o ar enfadado. Não
vê que o rosto de nenhum deus está inscrito aqui nessas pedras?
Acredita mesmo que um deus graúdo precisa dessas oferendas para
nos agradar?
- Se você fala de um deus grandioso, ele nem é mesmo, se não
entende as pessoas que vêm aqui visitar uma deusa - ela comentou
com sagacidade.
- Ah, Manilia, eu também penso que um deus grandioso não se
preocupa mesmo com escravos ou escravas, como nós dois, que
conseguimos a nossa alforria a duras penas.
- Você não está achando que eu venho aqui trazer a minha oferenda
só para cobrar a amizade da deusa Lua, hein, Fulvius? Eu venho,
porque aqui eu me sinto como se ... como se eu fosse uma outra
pessoa. Fico bem diferente. Você viu aquela mulher que entrou na
nossa frente? Ela é a sacerdotisa e já me ajudou muito.
- Vi, sim, Manilia. Mas ela não passa de uma simples mulher, que
veste aquelas roupas estranhas só para chamar atenção. Ninguém
tem capacidade de conversar com a Tanith ou outro deus qualquer.
Isto tudo é bobagem e quem ganha com isso são os donos desses
templos. O que eles gostam mesmo é das oferendas. Vendidas as
jóias, os objetos, e guardados os sestércios e moedas de prata, eles
têm os seus lucros facilmente, sem fazer qualquer tipo de esforço.
Só precisam colher os frutos oferecidos pelos outros. Não acha que
isto é errado?
- Mas, Fulvius, veja como são poucas as oferendas daqui - ela
apontou. Não acho que alguém vai enriquecer com essas pequenas
coisas.
- Ah, Manilia, o dia inteiro o templo está aberto. Você nem sabe se
eles já fizeram a colheita desse dia e já puseram tudo muito bem
guardado. Além do mais, este é um dos templos. Já se pôs a contar
nos dedos quantos se espalham por aí? Só das mulheres a gente
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