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Aí, ela sorriu docemente e concluiu:
- Ainda bem que existem milhares de estrelas pequeninas também,
tão pequenas que nossos olhos nem as percebem. Para uma dessas é
que irei, até que meu Deus me arranje uma possibilidade de viajar
até a estrela de Yohanan. Se aqui a gente caminha para tantos
pontos distantes, por que não pode acontecer o mesmo lá no céu? E,
confiante, prosseguiu:- Quando isto for possível, vou procurar o
Yohanan e vou dizer para ele que também sou uma pequenina
estrela das hostes do céu. Se ele interessar-se...., ótimo. Caso
contrário, vou ter mesmo que procurar um outro Anjo que se
assemelhe a ele. E ela sorriu, intimidada, porque sentia que tinha
sido ousada pelo que acabava de confessar para Cornélia.
Cornélia passou o braço pelos ombros da amiga, comentando:
- Se ele não a enxergar, vou pensar que os Anjos têm visão limitada
- e riu brejeira.
Débora ruborizou-se e repreendeu-a:
- Não desfaça a beleza dos Anjos só por minha causa. Não mereço
tanto de sua parte.
- Merece, sim, mas diga-me uma coisa, você deseja me acompanhar,
quando eu for conversar com o Nathan? Ele pode nos esclarecer
muito.
- Não, Cornélia. Nós duas somos como folhas de árvores diferentes.
Você já está procurando entender as razões de sua vida. Eu ainda
nem tenho a certeza se esta é a minha primeira experiência nesta
terra.
- É assim que pensa?
- Sim. Creio que existem almas sendo criadas também. E quem me
garante que não fui criada agora? Jamais tive qualquer revelação de
uma outra vivência.
- Entendo seu argumento e não sou capaz de esclarecer isto para
você. Mas... acho que você não parece tão novinha assim - disse
convicta.
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