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Nazareno. Não tinha sido perseguido pelos superiores, embora
tivesse enfrentado a ira dos mesmos. Apenas foi desligado de suas
funções e procurou Flavius, no momento da partida, dizendo-lhe:
"Algumas criaturas possuem dons, Flavius, que são considerados
insanos pela maioria. Vou agora tentar entender certas coisas que
acontecem comigo. Sei que entre os essênios encontrarei uma
resposta. Eu vou procurá-los."
O desenrolar desses acontecimentos na vida de Flavius era de difícil
esclarecimento, por ser o povo romano bastante supersticioso e
temente do que considerava "sobrenatural".
Agora ali, em Qumran, Flavius se encontrava feliz. Primeiro, porque
tinha conseguido a oportunidade de ser mandado para lá, sem
precisar ferir a honra de sua escolha como oficial. Segundo, porque
até poderia ser esclarecido sobre os fatos sobrenaturais que
acompanharam a vida de sua irmãzinha e de seu companheiro de
armas, que se recusara a viver na cegueira e havia partido em busca
de explicações.
Num pensamento rápido, tudo aquilo tinha vindo à tona, enquanto
ele observava a graciosa moça que aguardava suas explicações. Ele
disse sinceramente:
- Tenho mesmo ordens de descobrir se existem preparativos para
alguém tomar o poderio dos romanos. Por outro lado, já verificamos
que os seguidores do Nazareno não se movem armados. Mesmo
assim, comenta-se que o Crucificado continua a aparecer para
alguns seguidores. Então, vou precisar levar a meus superiores um
relato sobre estes fatos e sobre a posição dos habitantes de Qumran.
- Sua alma não me expõe apenas isto - respondeu Débora, incisiva. -
O senhor deseja ser esclarecido sobre acontecimentos dos quais não
entende.
Aquelas palavras de Débora foram um golpe na crença de Flavius,
pois lhe comprovavam que ali não encontraria eventos habituais.
Mas Débora prosseguiu:
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