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A Grande Estrela era uma estalagem normalmente procurada por
amigos de Numério, que faziam viagens de Roma para a Galiléia ou
Judéia. E tudo havia sido bem arquitetado por eles, com idéia de
estabelecer ali um mero refúgio, pois não desconheciam que Roma
já ia começar a agonizar.
Ninguém era cego para deixar de perceber que os governantes de
Roma iriam acabar sofrendo uma derrocada bem rude, devido a atos
brutais e insensatos que vinham praticando, sem qualquer
preocupação de se ocultar. Mas, antes disso, muita gente ia receber
açoites indevidos.
É claro que o local tinha recebido o "alvará" dos todo-poderosos
romanos, para ser construído com aquela estrutura sólida e
acomodações razoáveis. E fora um parente afastado de Orígenes que
a havia erguido. Depois de aprovada pelo próprio Imperador, o
construtor a havia entregado para Numério tomar conta, pois era
homem responsável.
É evidente também que muitas indagações e investigações haviam
sido feitas em torno de Numério, visto que era judeu e pertencia ao
grupo dos zelotes. Mas como fosse apontado como um judeu
simplório e bom cumpridor de sua vida pessoal, tudo se concluiu
conforme desejavam.
Este arranjo também tinha sofrido interferência de um judeu de
nome Abdias.
Abdias pertencia à seita dos essênios, era um ancião respeitadíssimo
no Santuário de Qumran, não só por sua integridade como também
pelas inúmeras previsões que ia fazendo. Na opinião de Abdias, o
Santuário deveria ter permanecido com a estrutura anterior, isto é,
sem o afastamento dos não-celibatários, porque ele temia o
despreparo de alguns nos ritos que precisavam ter completado. E, de
certa forma, não se enganara. Simão, o Mago, por exemplo, tinha
sido atingido por extrema vaidade, ao se ver dotado do que ele
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