Clique aqui para baixar o livro no formato

Vinte e Cinco
Reunida em sua casa com Lélia e com Licínio, Cornélia colocou-os
a par do que lhe havia sucedido.
Licínio rapidamente entendeu o que a afligia.
- Tudo o que nos narrou me leva a crer que deseja, novamente, se
integrar nos percursos do cristianismo que já floresceu em seu
coração, Cornélia. Eu já conhecia detalhes de seu passado, porque
tenho convivido com gente que morou uns tempos lá na Galiléia.
- Eu também conheço parte de seu envolvimento com alguns dos
pescadores e amigos próximos do Nazareno - disse Lélia, que já
estava inserida nos movimentos subterrâneos da multiplicação das
mensagens.
- Mas nenhum dos dois entende por que os chamei, não é assim? -
ela indagou sorrindo, e prosseguiu: - Preciso da ajuda e
compreensão de vocês, para que eu possa me colocar de pé
novamente e... caminhar. Até agora tenho me desvelado no amor...
mas sem obras.
A conversa se manteve, desdobrando-se em vários rumos. Ao final,
Cornélia já conhecia a maneira escolhida por Lélia para tentar
multiplicar entre os homens e mulheres de Roma algumas
mensagens, que lhes eram entregues por pessoas às quais ela não
identificou.
O trabalho de Lélia seguia mais ou menos o esquema dos espiões
que saíam de seus países para outros, preparados na língua, nos
costumes, nos hábitos, conhecendo a possibilidade de que poderiam
morrer, se fossem descobertos. Lélia havia optado pela renúncia do
viver, se dela exigissem isto por sua fé.
131