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se desfizesse. Apenas o pequeno Josiel ressonava maciamente e
deitado no tapete azul.
Cornélia não se cansava de observar o amigo. Não era mais um
rapazote magrinho e tímido, mas conservava a serenidade do olhar.
Rute foi a primeira a se movimentar em busca do leito, seguida de
Salomé que, a contragosto, decidiu também ir repousar, levando
consigo o menino adormecido.
Num acordo tácito entre criaturas que nem precisavam do uso de
palavras para se entenderem, Cornélia e Boanerges foram para o
terraço.
- Agora, conte-me, Cornélia, o que tem acontecido? Há tantas
notícias em seu rosto, que você me parece aqueles manuscritos que
andam sendo distribuídos por aí. Já os leu?
- Ora, Boanerges, desde que Joshua ...
- Não, não, estou me referindo aos de agora.
- Não sei do que fala - ela disse, espantada.
- Então não tem sido procurada por seus amigos mais chegados?
- Mas eles já saíram daqui, Boanerges. Eles se distribuíram daqui
até Roma, penso eu.
- Só pensa? E não procurou se certificar?
- Para quê? Os manuscritos que li e as palavras que ouvi já
compõem o meu céu interior. Às vezes, até tenho a impressão de
que ouço, vibrando no espaço, as palavras sublimes de Joshua. Será
que elas chegaram até as estrelas? - ela disse num arrebatamento
incontido.
Boanerges escutou-a, comovido.
- Penso que você agora tem um romantismo que não conheci. Você
parecia mais...
- Vamos! Mais... o quê?
- Mais seca. Mais séria, Cornélia.
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