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mudar o seu destino de acompanhante de Cornélia, para estabelecerse
nem que fosse numa daquelas estalagenzinhas modestas ao longo
daquela estrada. Era assim que ela tudo via.
Não se sabe se seus pensamentos haviam sido escutados, ou se o
destino havia planejado para ela algo diferente: deixá-la entregue às
próprias metas; também se uma armadilha foi preparada para ela,
vinda da parte de Flavius, que desejava conquistar a confiança da
serva gentil.
O fato é que, de repente, a situação transformou-se. Zínia começou a
mostrar-se retraída, entristecida e cheia de mágoa no olhar. Só
trocava poucas palavras com Cornélia, assim mesmo quando se via
requisitada. A tristeza começava a visitá-la.
Nessa manhã de nevoeiro denso, Cornélia levantou-se e vestiu-se
sozinha. Zínia não foi a seu encontro. Saiu à procura da serva e não
a encontrou. Aflita, logo entendeu que algo não obedecia ao
esquema planejado por ela. Zínia jamais seria capaz de introduzir,
por si mesma, planos diferentes em relação à sua senhora.
Procurou por Matatias e viu nos olhos do garoto o receio de uma
conversa mais clara. Ele olhava para os lados como se estivesse
sendo vigiado. Para não comprometê-lo, Cornélia aguardou até o
entardecer e avisou Timóteo sobre o sucedido.
Quando a noite ia adiantada, Timóteo viu Matatias seguindo por
uma trilha no meio de vegetações espessas e seguiu-o. Passou para
Cornélia a informação e os dois resolveram descobrir, no dia
seguinte, de quem era a casa procurada à noite por Matatias.
Era a moradia do pai de Matatias, que prestava serviços ao dono da
estalagem. Ele não se recusou dar informações a Cornélia.
- Esses senhores que a acompanham pecam pela ambição do
dinheiro, minha senhora. Mas, entre eles, há dois que ambicionam
um lar, como todos os mortais. Um deles procurou a sua serva e
ofereceu-lhe um lar, se ela se dispusesse a lhe servir de informante
sobre os passos que a senhora dá em sua vida.
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