Clique aqui para baixar o livro no formato
Clique aqui para baixar o livro no formato
Clique aqui para baixar o livro no formato
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Vinte e Um<br />
O arroio das gaivotas, <strong>no</strong>me pelo qual passou a ser chamado o <strong>no</strong>vo<br />
lar de Cornélia, por sugestão de Hannah, recebera uma bela reforma.<br />
Pintura, restaurações, ampliação de alguns pavimentos. Era uma<br />
construção sólida que, sem o recurso dos bens materiais de seus<br />
anteriores arrendatários, vinha mantendo a aparência vetusta e<br />
fantasmagórica do pretérito.<br />
Mas Cornélia não conseguia atinar com a razão que a levava a se<br />
sentir, por ali, como co-participante de fatos estranhos, como se<br />
alguém invisível caminhasse com ela. Ora uma presença<br />
ameaçadora, e outras vezes como se instrumentistas <strong>no</strong>vos<br />
compusessem a seu lado melodias inquietantes. Começava a pensar<br />
que o local era mal-assombrado.<br />
Hannah ria de seus temores e convidou-a a reunir algumas amigas<br />
<strong>para</strong> a inauguração da casa. Dizia-lhe que ela continuava a ser uma<br />
gaivota, querendo sempre voejar e entender o que estava <strong>no</strong> alto -<br />
ou oculto - sem se ocupar até com o arroio que passava <strong>no</strong> fundo de<br />
seu terre<strong>no</strong>.<br />
Cornélia aceitou de bom grado, de modo que, logo que o jardim<br />
ganhou um primeiro impulso de verdadeiros profissionais, a casa<br />
recebeu a presença de Hannah, Celeste, Otávia, Aurélia e também<br />
de Lélia. Júlia não pôde comparecer.<br />
Apenas nessa ocasião, começaram a entender o que um dia haviam<br />
ouvido da romana Túlia. E veio de Lélia a observação que as levaria<br />
<strong>para</strong> tal entendimento.<br />
Ao se referir às imponentes estátuas gregas que Cornélia havia<br />
colocado em seu jardim, Lélia observou:<br />
113