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Vinte e Dois<br />
Desejando colaborar com Cornélia, <strong>no</strong> sentido de fazê-la<br />
participante do mundo e deixar por uns tempos suas meditações e<br />
vida interior, Hannah convidou-a a conhecer um local que<br />
certamente a atrairia, porque tinha muito a ver com as preferências<br />
dela e também combinava com seu próprio modo de ser.<br />
As fumacinhas de incenso subiam, subiam, esgarçavam-se e<br />
misturavam-se aos odores de ramalhetes de flores vermelhas<br />
dispostas em cima de tamboretes rústicos, naquele Templo. Não se<br />
conseguia distinguir direito se era uma fragrância acre ou doce;<br />
lembravam a composição de inúmeras vegetações.<br />
Tão grande a rusticidade do ambiente, que as duas se entreolharam e<br />
entenderam que ali até se podia captar o mistério que emanava<br />
dentro das paredes de pedras frias do solitário recinto.<br />
Era o Templo da Lua, <strong>no</strong> Aventi<strong>no</strong> - um entre tantos templos<br />
sagrados que se espalhavam pelo Império Roma<strong>no</strong> -, onde se faziam<br />
oferendas votivas a Tanith, deusa da lua, das estrelas e da <strong>no</strong>ite.<br />
Uma mulher silenciosa caminhou em passos altivos <strong>para</strong> uma<br />
portinhola lateral e por ela desapareceu. Por certo, a sacerdotisa que<br />
fazia seus vaticínios. Tudo penumbroso e fantasmagórico, mas<br />
atrativo <strong>para</strong> quem se integrava com a fé simples das criaturas<br />
freqüentadoras, aguardando a realização de seus pedidos feitos à<br />
deusa.<br />
Num lado mais obscuro do recinto circular, Cornélia e Hannah<br />
sentaram-se num banco de pedra. Logo em seguida, viram a entrada<br />
de uma mocinha com oferendas nas mãos, acompanhada de um<br />
molecote. No rosto da menina-moça, um sorriso vazio de expressão,<br />
mas a expectativa de algo a receber. No rapazinho, o jeito de quem<br />
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