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- Espetáculo? - perguntou Hannah.
- Não deixa de ser um, embora ele não se exponha em cima de altos
tablados e nem na arena do Circo - ele brincou. - E pelo menos não
são atos destrutivos os desse homem - ele prosseguiu, como que em
defesa de Simão. - Ninguém se fere, quando ele se encontra no
comando.
- No comando? - estranhou Celeste.
- Sim, minha senhora. Simão, o mago, é um homem de força
estranha nos olhos. Quem o olha profundamente e se deixa envolver
por aquelas pupilas que lembram panteras prestes a dar um bote, não
consegue defender-se de suas ordens de comando. Ele dá - o outro
corresponde.
- Isto não existe! - afirmou Celeste - o senhor deve estar enganado.
- Perdoe-me, mas já comprovei. Com alguns, ele apenas brinca.
Comigo, por exemplo. Mandou-me apanhar um ramalhete de flores
e entregar a uma pessoa que estava em minha companhia. Eu só
soube que o havia feito, quando me vi com as flores na mão, em
atitude cavalheiresca, que não é o meu habitual - aí ele gargalhou,
como se tivesse apreciado fortemente a experiência vivida junto
daquele a quem consideravam um mago.
- Ainda não creio - insistiu Hannah. - Talvez sua companheira
estivesse em conluio com ele - argumentou.
- Não, senhora. Esta minha amiga é pessoa séria e até me explicou
que por causa desses tipos estranhos é que muita gente pensa que os
seguidores de um outro mago, um judeu de uma nova seita, são
igualados. Mas eu sei muito bem que não se trata disso. Simão, o
mago, só gosta de alardear os seus poderes. Os seguidores do outro,
conhecido como Nazareno, impõem as mãos sobre as pessoas para
fazerem curas. Eles não são ilusionistas.
- Bem que eu gostaria de conhecer esse Simão - disse Celeste,
sinceramente.
- Desculpe-me, minha senhora, se deseja conhecer fatos
miraculosos, por que não procura os verdadeiros seguidores do
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