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À tarde, quando todas as amigas já estavam reunidas a conversar,
um serviçal foi ao encontro de Aurélia. Ele avisava que Emiliano
procurava a mãe, e estava acompanhado de um amigo.
Os dois foram introduzidos na grande e suntuosa sala.
O filho de Celeste era um rapagão alto mas ainda imberbe, de nariz
aquilino e pele tão clara, que se podia ver desenhada nela as fininhas
veias que percorriam o rosto de formato quase oval. E, se ele fosse
analisado mais pormenorizadamente, as mãos, de dedos longilíneos,
estariam bem de acordo com a tendência do jovem de se dedicar a
instrumentos musicais. Aliás, desde criança ele apresentava
tendências artísticas para uma boa variedade de artes, jamais as
marciais.
De sorriso franco e bastante à vontade diante de tantas mulheres,
Emiliano apresentou o amigo Ben Iasin. O filho de Celeste tinha
sido, desde cedo, um bom companheiro da mãe, nas infindas
reuniões sociais de sua residência, visto que também o pai gostava
de reunir amigos para grandes noitadas e banquetes.
O acompanhante de Emiliano nem de perto se aproximava de sua
faixa etária. Ben Iasin era um homem de seus cinqüenta anos, de
maneiras galantes, mas não ousadas, diante daquelas representantes
do sexo feminino. Tinha sido criado por um velho árabe que sempre
havia vivido naquele território.
Talvez por isso apresentasse um traje misto de judeu e árabe: uma
túnica de listras em cores, encimada por um manto de franjas largas,
tendo na cintura uma sacolinha toda bordada, bem à moda dos
mercadores de grandes cidades.
A um sinal de Celeste, os dois foram sentar-se perto. Mas Emiliano
logo se dirigiu a ela.
- Até parece que vem a propósito esta reunião, minha mãe. O meu
amigo aqui me convidou para uma viagem até Roma e eu confesso
que estava procurando uma ocasião propícia para conversarmos. Sei
muito bem quais os perigos das estradas e não desconheço os avisos
que nos são feitos de todas as formas, para não nos afastarmos a
territórios distantes, sem que estejamos em boa companhia. Mas o
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