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Trinta e Quatro
Estavam nas vizinhanças de Qumran, enfim. Mas, na imaginação de
Cornélia, a construção daquele Santuário de paredes de pedras tão
brancas, onde a sutileza do sol pintava as inúmeras nuances do arcoíris,
continuava a apresentar inúmeras incógnitas. Qual a razão?
Ela não havia adentrado o recinto, embora pensasse que era um
presente dos deuses estar ali na ocasião dos Festejos do Vinho,
mesmo que não pudesse participar da seqüência dos fatos que lá
dentro se desdobravam.
Agora já sabia que a seus olhos ficariam vedadas as refeições
comunitárias, as orações propiciatórias que a comemoração exigia, e
os rituais particulares daquele grupo de homens que faziam de suas
vidas um grande mistério.
Mas já havia conversado com muitas criaturas que também estavam
acomodadas em tendas, ao redor do Santuário.
Afinal de contas, ela pensou, não são tão soberbos quanto imaginei.
Admitiram-me aqui, fora dos muros, numa dessas inúmeras tendas
que se distribuem para estrangeiros em questões de costumes, como
também sou. E, pensando bem, se eu estivesse lá dentro, talvez nem
tivesse a oportunidade de conviver com tanta gente oriunda de
territórios diversos, ou de apreciar este cenário fabuloso que nos
cerca.
Há tanta gente desligada deles, como eu mesma, que só posso
agradecer por ter sido incluída na lista como convidada. Com a troca
de informações, até já descobri que existem homens que podem
estagiar entre eles; que podem fazer parte deste grupo de estudiosos,
se se prepararem em requisitos exigidos por eles. Quer dizer, então,
que não só os nascidos de mulheres essênias convivem com eles.
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